O Programa Catarinense de Agroenergia, que visa o aproveitamento de dejetos como os de suínos para a geração de gás e energia, foi discutido recentemente pelo Grupo de Trabalho (GT), na Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). Durante a reunião, foi apresentada a necessidade de um estudo de viabilização econômica tanto para quem produz, quanto para quem vai adquirir esta matriz energética.
O que pode ser oferecido ao agricultor é um mercado baseado no marco legal, a criação de projeto técnico, além de facilidade de financiamento para que o sistema do biodigestor seja implantado.
Em Itapiranga foram construídos 10 biodigestores em 2008. Esta foi a primeira fase do projeto Alto Uruguai, com recursos obtidos pela Eletrosul. “Atualmente já existem os canos para a passagem de fibra ótica e o encanamento de gás. Hoje esse gás está sendo queimado. A gente queria mostrar para o povo que pode ser gerada energia. Se hoje fosse colocar um gerador em cada localidade, isso não daria mídia.”, diz o produtor rural Nilo Baurscheidt.
Airton Spies ressalta a possibilidade créditos como o Pronaf Eco, para os pequenos agricultores, e o Inovagro, que é uma linha de crédito abaixo da inflação. “A questão é que a maioria dos agricultores não tem capacidade de endividamento. Eles estão com seus limites tomados nos créditos correntes da granja e por isso acaba dificultando que o agricultor implante esse sistema em sua propriedade”, destaca.
Segundo a coordenadora de projetos da Fapesc, Iara Dreger, a empresa responsável por este levantamento deve ser contratada em janeiro de 2017 e em até seis meses será possível ter acesso à conclusão do estudo para então voltar as atenções para a criação de uma legislação.
O próximo passo para o Programa Catarinense de Agroenergia é firmar um Termo de Cooperação Técnica entre a Assembleia Legislativa (Alesc), Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (Fapesc) para estimular a criação de um novo mercado econômico para a geração de energia e biofertilizante reduzindo significativamente os possíveis danos ambientais oriundos da criação de suínos.
Biodigestor
Biodigestor é um tanque protegido do contato com o ar atmosférico, onde a matéria orgânica contida nos efluentes é metabolizada por bactérias anaeróbias (que se desenvolvem em ambiente sem oxigênio). Neste processo, os subprodutos obtidos são o gás (Biogás), uma parte sólida que decanta no fundo do tanque (Biofertilizante), e uma parte líquida que corresponde ao efluente mineralizado (tratado). O Biogás serve de combustível e é enviado através de canalização para motores, que geram a energia a ser distribuída ou utilizada na propriedade.
Fonte: Portal da Ilha
Foto: Antonio Carlos Mafalda/Mafalda Press