Projeto de recuperação de recursos hídricos com ozônio em MG e SC vira livro

A Editora Unesc lançou neste mês a “Cartilha de Inovação e Propriedade Intelectual” e “Ozônio na Recuperação de Solos e Recursos Hídricos por Mineração”. As obras têm em comum o tema inovação e são frutos de projetos e ações desenvolvidas pela Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), de Criciúma/SC na área. Os dois livros serão disponibilizados gratuitamente para a população, que poderá ter acesso pelo site da Universidade.
O evento desta quarta-feira foi alusivo ao Dia Internacional da Propriedade Intelectual, comemorado em 26 de abril e teve a presença do CEO da empresa Brasil Ozônio, de São Paulo, Samy Menasce, que palestrou sobre a “Relação Empresa x Universidade x Governo Sob o Ponto de Vista da Propriedade Intelectual”.

Para o reitor da Unesc, Gildo Volpato, as obras são reflexo do que a Universidade desenvolve além do ensino, com viés na comunidade. “É uma satisfação presenciar um momento como esse, onde a produção de conhecimento e pesquisa são compartilhados com a sociedade e para o benefício dela”, afirmou.
Cartilha
A Cartilha, organizada pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unesc, pela Aditt (Agência de Desenvolvimento, Inovação e Transferência de Tecnologia) e NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica da Unesc), foi pensada, segundo a coordenadora do NIT, Melissa Watanabe, para facilitar o entendimento sobre inovação e propriedade intelectual para pessoas que estão iniciando a caminhada nesta área. “O desafio proposto foi tornar simples e trazer para a comunidade esses temas de maneira acessível”, comenta. Segundo Melissa, a obra é resultado de olhares das diferentes UNAs (Unidades Acadêmicas) da Universidade sobre o assunto.
 
Projeto de pesquisa
“Ozônio na Recuperação de Solos e Recursos Hídricos por Mineração” trata do projeto inédito no Brasil de uso do ozônio na recuperação de solo e água contaminados por metais pesados, desenvolvido entre 2013 e 2016 em Caldas, Minas Gerais e Siderópolis, Santa Catarina, virou livro. O estudo realizado por um grupo de instituições brasileiras, incluindo a Unesc, em minas de urânio e carvão concluiu a viabilidade e eficácia do uso do gás para este fim.
Segundo o professor da Unesc, Elídio Angioletto, coordenador de pesquisa do projeto “Processo de geração e transferência de ozônio na recuperação de solos e recursos hídricos contaminados por metais pesados em mina de urânio”, o livro é a coroação de um trabalho realizado a muitas mãos com o empenho de profissionais, acadêmicos e empresas. “Durante este projeto tivemos estudantes que se tornaram engenheiros, alunos de iniciação científica que saíram altamente qualificados em pesquisa, acadêmicos sendo coautores deste livro, engenheiros se tornando mestres. O conhecimento foi disseminado e resultou em formação acadêmica e alternativa para um problema sério como a degradação dos recursos hídricos”, comentou Angioletto.
De acordo com ele, os estudos demonstraram que o uso do ozônio tem eficácia e é competitivo em comparação a outras tecnologias já utilizadas. “Em um momento em que enfrentamos carência de recursos hídricos, é bastante apropriado que essa tecnologia seja aplicada”, considera. A água tratada pode ser utilizada para diversos fins, como irrigar lavouras, para a criação de peixes, para esportes aquáticos e para animais beberem.
O CEO da Brasil Ozônio, empresa que iniciou o projeto, juntamente com a INB (Indústrias Nucleares do Brasil), Samy Menasce, contou sobre o processo inicial do projeto e encorajou os presentes a trilharem o caminho da inovação e empreendedorismo. “Acredite na sua ideia. Não desista e não pare no meio do caminho”.

O representante da INB, Maurício comentou que o projeto significa uma inovação internacional no que diz respeito a tratamento de efluentes. “Na América Latina não se usa ozônio para o tratamento da drenagem ácida. Conseguimos desenvolver uma solução que daqui para frente vai mudar a maneira como é realizado o tratamento de efluentes, especialmente os da mineração”.
 
Parceria
A Unesc, por meio do Iparque (Parque Científico e Tecnológico) faz parte de um grupo formado pela Fundação Patria (Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências), pela empresa Brasil Ozônio, de São Paulo e pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil), com sede em Caldas, Minas Gerais, que aprovou junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) uma concessão de apoio não reembolsável de R$ 9,6 milhões. O projeto está orçado em R$ 10,8 milhões e a Brasil Ozônio, fornecedora dos geradores de ozônio, é responsável por uma contrapartida de R$ 1,2 milhão.
O projeto conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e da Comissão de Energia Nuclear (CNEN). A Unesc entrou no projeto como Instituição Tecnológica e responsável técnica por aplicar, avaliar e construir indicadores de eficácia da aplicação de ozônio nos solos e nas águas.
Cerca de 900 exemplares do livro serão doados para instituições do Brasil e do exterior.
 
Baixe grátis
As obras lançadas pela Editora Unesc podem ser acessadas gratuitamente em:
Ozônio na Recuperação de Solos e Recursos Hídricos por Mineração
Cartilha de Inovação e Propriedade Intelectual 
 
Fonte: Assessoria de Imprensa UNESC

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