PROJETO DE GAROPABA TRANSFORMA GARRAFAS PET EM PRANCHAS PARA ESPORTES AQUÁTICOS

A ONG Eco Garopaba descobriu uma maneira de retirar o lixo das praias e incentivar a prática de esportes: confeccionar pranchas de surf e stand up paddle a partir de garrafas PET. O projeto Prancha Ecológica, que deu origem à ONG, recebeu em 2014 apoio do programa Economia Verde e Solidária, da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
Os diretores da ONG visitam escolas onde dão palestras sobre o assunto e ministram oficinas para fabricação das pranchas. Também organizam mutirões para limpar praias e já estiveram em 12 estados. Por onde passam, a participação e receptividade dos alunos são grandes: “as crianças saem da escola com outra ideia de preservação e da prática de esporte. Elas começam a olhar os problemas que o lixo vem causando de outra forma, porque a gente foca bastante nisso nas palestras, em retirar as garrafas do meio ambiente”, diz Carolina Scorsin, diretora da Eco Garopaba.
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O material necessário para construir as pranchas, além das garrafas PET, é bastante simples: cola de poliuretano, canos de PVC para sustentar a estrutura, EVA escolar para o deck (parte de cima da prancha), tábuas plásticas para as quilhas, e compressor de ar ou bomba de pneu de bicicleta, para encher as garrafas de ar e garantir mais eficiência na flutuação. As pranchas são comercializadas e custam 5 vezes menos do que pranchas comuns no mercado.
A ideia das pranchas ecológicas surgiu em 2012, e levou à criação da ONG, que antes do apoio da FAPESC contava com 7 associados. Carolina conta que sempre houve muitas pessoas interessadas em participar do projeto, mas como a Eco Garopaba não possuía estrutura física para recebê-las, era difícil continuar o projeto. Com o auxílio do governo estadual foi possível construir a sede, onde são realizadas reuniões e recebidos novos associados.
A ONG agora possui um galpão de 500 m², com balcão de produção, bancada de atividades manuais, setor de armazenagem, lavagem de garrafas, escritório, banheiro, captação de água da chuva e energia solar para promover a sustentabilidade da atividade. “Estamos realizados com a construção da sede própria para poder construir as pranchas e trazer pessoas para visitação. Não foi fácil, mas hoje nosso sonho se realiza e tem se expandido. Temos grandes chances de conquistar nosso espaço no mercado da região e do Brasil”, afirma Jairo Lumertz, idealizador do projeto.
A repercussão da prancha ecológica é tanta que a prefeitura de Garopaba mostrou interesse em fazer parceria com a ONG para reciclar e auxiliar na conscientização e educação ambiental nas escolas. “Eu acredito que sem a estrutura física que temos hoje, não seria possível crescer tanto e ter tanta visibilidade. Foi o primeiro passo para a gente conseguir levar esse projeto para o mundo”, relata Carolina. A ONG tem tido bastante visibilidade na mídia, não apenas local, mas nacional.
O Programa Economia Verde e Solidária ajuda empreendimentos produtivos coletivos catarinenses sem fins lucrativos, como associações, cooperativas e ONGs. Muitas delas utilizam resíduos de outras cadeias produtivas, transformando-os em matéria-prima para novas atividades. É uma iniciativa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e operacionalizado pela FAPESC.
Por: Jéssica Trombini – FAPESC

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