Algas, plantas marinhas, esponjas, cnidários, briozoários, ctenóforos, poliquetas, moluscos, crustáceos, equinodermos, tunicados, peixes, aves marinhas, mamíferos e tartarugas. A lista pode ser de tirar o fôlego, mas funciona como uma ferramenta perfeita para a identificação de 436 espécies de algas, plantas, invertebrados, peixes, aves, tartarugas e mamíferos marinhos. Trata-se de A Vida Marinha de Santa Catarina, livro organizado pelo professor Alberto Lindner, do Departamento de Zoologia da UFSC, agora em sua segunda edição revisada.
A obra é resultado do projeto Biodiversidade Marinha do Estado de Santa Catarina, apoiado pela FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina) na chamada de Apoio à Inovação em Biodiversidade, de 2009. A primeira edição do livro foi lançada em 2014 com recursos da FAPESC e distribuída a 1200 escolas da rede estadual. Uma versão eletrônica daquela edição pode ser acessada em: http://biodiversidade.ufsc.br/resultados.html
Com apoio e colaboração de diversas instituições locais, nacionais e internacionais, os 75 autores catalogaram 436 espécies que povoam os 400 quilômetros da costa catarinense. Todo colorido e abrindo cada capítulo com uma foto de página inteira, o livro disponibiliza, em forma de mosaico, 491 imagens legendadas.
Além da introdução, a obra é enriquecida por dois artigos de caráter científico e pedagógico: “O Mergulho em Santa Catarina” e “O Mar como Sala de Aula”, igualmente ilustrados com fotos. Inclui ainda um índice remissivo e a lista dos autores e suas respectivas entidades ou instituições. Para Alberto Lindner “Esse conjunto de espécies com diferentes padrões de distribuição faz de SC um laboratório natural para a pesquisa científica, bem como uma região privilegiada para contemplação da vida marinha”.
Socializando o conhecimento através da divulgação científica, os pesquisadores reúnem imagens, nome científico e popular das espécies catalogadas. “A maior parte das espécies pode ser observada com facilidade em costões rochosos e nas praias arenosas durante os períodos de marés baixas, ou por meio de mergulho livre e autônomo”, esclarece o organizador.
Mas não se resume a belas imagens e textos objetivos e simpáticos. Além da conscientização ecológica e educação ambiental, faz denúncias e alerta sobre a ação do homem que ameaça a sobrevivência das espécies, algumas delas a caminho da extinção. Na apresentação o didático Alberto Lindner narra a origem e a metodologia do projeto, chamando atenção da sua utilidade para as gerações futuras.
Conta, por exemplo, que as pesquisas científicas com animais marinhos começaram com a chegada do naturalista Fritz Müller à Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Vida Marinha é, portanto, a continuidade da obra inaugurada pelo parceiro de Charles Darwin. Desfalca o livro e chama a atenção dos leitores a ausência do retrato da tainha, a “rainha de junho” das praias catarinenses.
Fonte: AGECOM UFSC, com adaptações da FAPESC