FAPESC dá 4,4 milhões para laboratório na bacia carbonífera de SC

Um laboratório para captura do gás carbônico com utilização de cinzas de carvão mineral beneficiada foi inaugurado pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, e o vice-governador Eduardo Moreira, dia 24 de julho, em Criciúma. “Contamos com a vinda do ministro para encontrarmos um caminho definitivo para o uso do do carvão produzido em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e termos desenvolvimento sustentável nessas áreas produtoras. É imprescindível que haja um planejamento de consumo para os próximos cinco, 10 anos. E isso não acontece no Brasil hoje. A instalação de uma mina para extração do mineral é extremamente complexa e de alto custo”, afirmou Eduardo Moreira.
“Por determinação do presidente Michel Temer, o Governo Federal criará, em agosto, um grupo de trabalho interministerial para defender a participação do carvão na matriz energética brasileira, que hoje é de 2%”, disse Fernando Coelho. “Não pretendemos ampliar a participação na matriz energética, mas sim mantê-la, conforme proposta apresentada por representantes do setor, inclusive com a redução de emissão de carbono”, acrescentou. Ele também assegurou que não só defenderá a conclusão do ciclo das atuais usinas termelétricas cuja vida útil encerrará nos próximos sete anos, mas também a assinatura de novos contratos de energia respeitando padrões mundiais de emissão de gases.


Um laboratório para captura do CO2 com utilização de cinzas de carvão mineral beneficiada foi inaugurado pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Fernando Coelho, e o vice-governador Eduardo Moreira
Foto: Jeferson Baldo / GVG

O laboratório irá utilizar o processo de adsorção, quando o gás carbônico liberado na queima do carvão é capturado e armazenado em zeólitas – cinzas do mineral beneficiadas para se transformar numa estrutura areada, semelhante a uma minúscula esponja. As zeólitas carregadas poderão ser depositadas em minas desativadas ou o gás ser disponibilizado para consumo industrial, como na perfuração de petróleo e na produção de bebidas gaseificadas. Demais métodos de captura se valem de solventes líquidos, muito mais caros e que praticamente inviabilizam a implantação em escala industrial.
No Brasil, 100% das jazidas de carvão conhecidas estão no Sul do Brasil, sendo 90% no Rio Grande do Sul. Cerca de 14 empresas utilizam o carvão mineral no Brasil, a maior parte delas na Região Sul. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, a cadeia termelétrica gera em torno de 53 mil empregos diretos e indiretos e movimenta cerca de R$ 12 bilhões/ano. No mundo 41% da energia gerada tem como fonte o carvão. Na Polônia, 83%; Alemanha, 44%; na Índia, 71% e, na Austrália, 69%. A construção do laboratórios de Criciúma recebeu R$4,4 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Governo do Estado (Fapesc) e seu presidente, Sergio Gargioni, prestigiou a inauguração.
Também participaram da solenidade os secretários Luiz Fernando Vampiro (Infraestrutura), João Fabris (executivo da ADR Criciúma) e Acélio Casagrande (Articulação Nacional).
Fonte: Vitor Hugo Louzado
Assessoria de Comunicação
Gabinete do Vice-Governador

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