Wanessa Knop, pós-graduanda em Engenharia e Ciência de Materiais da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), é uma das três pessoas finalistas na categoria Protagonista da Inovação do Prêmio Stemmer 2015. O projeto apresentado é denominado Materiais Poliméricos com Capacidade de Autocicatrização e foi desenvolvido como pesquisa de doutorado. O Prêmio Stemmer de Inovação Catarinense é promovido pela FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) para reconhecer os esforços e resultados de pessoas, instituições, grupos de pesquisa e empresas no desenvolvimento de produtos e processos inovadores.
O projeto da pesquisadora é uma alternativa para a geração de materiais poliméricos mais duráveis, evitando falhas durante seu uso em aplicações de engenharia, como revestimentos, adesivos, componentes microeletrônicos e compósitos estruturais. Durante sua vida útil, estes materiais são geralmente submetidos à fadiga mecânica ou térmica, exposição à radiação ultravioleta, exposição a substâncias químicas ou à combinação de vários fatores, podendo assim levar à formação de microtrincas. Essas rupturas são de difícil visualização e reparação e podem se propagar pelo material. “Isto torna o material suscetível a falhas, fazendo-se necessário realizar reparos periódicos ou até mesmo uma substituição precoce do mesmo, o que em muitas situações é caro e oneroso, e dependendo da finalidade de uso do material pode vir a se tornar uma catástrofe”, explica a pesquisadora.
A autocicatrização do material acontece quando se rompe uma microcápsula que possui um líquido denominado agente de cura. Devido à presença das microtrincas ou microfissuras geradas nos polímeros em serviço, ocorre a liberação do agente de cura, que entra em contato com grupos epoxídicos da resina e inicia um processo de polimerização que cobrirá as microfissuras, “A polimerização é desencadeada por contato com o agente de cura”, resume Wanessa. O agente de cura reage com a matriz baseado em uma reação química para que ocorra a polimerização na microfissura, sem intervenção manual e em temperatura ambiente.
Reconhecimento
Quanto à participação como finalista do Prêmio Stemmer, a pesquisadora afirma: “é um incentivo muito importante para a carreira do pesquisador, pois todo o trabalho desenvolvido em muitos anos de pesquisa, dedicação laboratorial e experimental, obteve sucesso em desenvolver um mecanismo inédito no Brasil.”
A premiação foi criada em 2008 pela Lei Catarinense de Inovação, e carrega o nome de Caspar Erich Stemmer por sua contribuição para o desenvolvimento da ciência e da inovação. Nesta edição serão premiados seis projetos, divididos em duas categorias: Protagonista da Inovação e Empresa inovadora de micro ou pequeno porte. O primeiro colocado de cada categoria receberá R$ 60 mil; o segundo R$ 30 mil; e o terceiro, R$ 15 mil (totalizando R$ 210 mil). A ordem de classificação será divulgada na cerimônia de entrega do prêmio, que ainda não teve sua data definida.
Por: Jéssica Trombini – Coordenadoria de Comunicação da FAPESC