Terminou sexta-feira (27) o workshop de avaliação do PAPPE (Programa de Subvenção à Inovação em Micro e Pequenas Empresas), que em Santa Catarina foi operado pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). No total, as 17 empresas selecionadas pelo edital de 2012 receberam R$3 milhões dos governos federal e estadual (50% cada) para executar seus projetos em até dois anos. Os resultados apresentados no workshop pode beneficiar a saúde pública, o meio ambiente.
Um exemplo é o equipamento que minimiza riscos na perigosa operação de detectar vazamentos de gases tóxicos como o metano, criado pela InnovaSens, de Florianópolis. A empresa desenvolveu um protótipo portátil e de manuseio mais fácil em relação aos similares no mercado nacional, segundo Eduardo Antonini, diretor de operações da empresa incubada no MidiTecnológico da ACATE (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia).
Incubada no Inovarq, parque tecnológico de Joinville, a BIA Technology está aperfeiçoando um sistema de bioimpedância elétrica para análise da qualidade e rastreabilidade do leite. Ele permite o controle da qualidade do leite quase que imediatamente, dispensando a usual espera de 15 dias para emissão do laudo sobre uma eventual contaminação do produto e prevenindo sua comercialização num estado impróprio ao consumo humano, conforme dito pelo gerente de projetos Roberto Carlos Valicheski.
Outro projeto ligado à saúde pública é o PNPulse, um inibidor de apetite implantável para tratamento da obesidade. É um pequeno dispositivo, similar a um marcapasso cardíaco, para ser implantado na camada subcutânea abdominal e provocar a sensação de saciedade, resultando no controle sustentável do peso. O processo é baseado essencialmente na eletroestimulação gástrica, não havendo a injeção de hormônios ou qualquer outra substância no organismo. O “método é seguro, altamente eficiente e totalmente reversível”, disse Gabriel Paim, sócio-diretor da InPulse.
Um estimulador portátil para Eletro-Acupuntura foi exibido pela NKL Produtos Eletrônicos, com sede em Brusque.“O diferencial do nosso projeto é que os protocolos de tratamento podem ser atualizados via web”, explicou o engenheiro Wendel Severino. O equipamento estimula a liberação de substâncias capazes de proporcionar diversos efeitos, entre eles o analgésico, que em alguns casos potencializam os efeitos da acupuntura tradicional.
Mais recursos
Betina Zanetti Ramos, da Nanovetores, anunciou que sua empresa virou multinacional, com sede nos Estados Unidos, e já exporta para 19 países. Parte disso se deve aos depois apoios recebidos do PAPPE e o reconhecimento do Prêmio Stemmer, também da FAPESC. Igualmente essencial é a competência da Nanovetores em inovar nos setores cosmético e têxtil, entre outras coisas criando tecidos multifuncionais que combate a celulite, são analgésicos, antimicrobianos e/ou promover relaxamento com toques de aromaterapia. “Alguns estão no mercado, outros serão lançados por grandes empresas como a Malwee”, afirmou Betina, que tem pós-doutorado em Farmácia e 16 anos de experiência em encapsulamento de ativos. “Um dos nossos direrencias é a liberação prolongada e programada através de gatilhos específicos, como a fricção e a água da surodese. Nossos produtos são patenteados, temos exclusividade mundial.”
Durante o workshop de avaliação do PAPPE, Vítor Dias Kappel, analista do Departamento de Produtos Financeiros Descentralizados da FINEP (Agência Brasileira de Inovação) detalhou uma nova linha de financiamento, o INOVACRED EXPRESSO. Seu objetivo é financiar atividades inovadoras em microempresas e pequenas empresas cuja receita operacional bruta anual ou anualizada seja de até R$ 16 milhões, por meio da concessão de recursos de até R$ 150 mil de forma simplificada.
Alexandre Sena e Dennis Kerr (na foto), da Palmsoft Tecnologia, que desenvolveu o G4D com apoio do PAPPE. O software que eles desenvolveram constitui um sistema interativo e animado para visualização de dados geolocalizados. “Esse investimento da FAPESC foi primordial para a gente montar e manter a equipe, além de criar um novo produto e alavancar outros já existentes”, disse Kerr, coordenador do grupo. Sena acrescentou: “todos os pesquisadores que a gente contratou ficaram e ainda contratamos mais dois.”
Fonte: Heloisa Dallanhol – Coordenadoria de Comunicação da FAPESC