Resultados de uma pesquisa desenvolvida por meio da Rede Sul Florestal foram apresentados no XIV Congresso Florestal Mundial, que terminou dia 11 de setembro, em Durban (África do Sul). O estudo foi desenvolvido entre 2011 e 2015, com apoio da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
Patrocinado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, em português), o evento teve como tema As Florestas e as Pessoas – investir em um mundo sustentável. Para trazer a perspectiva estadual, a analista ambiental da FATMA, Dra. Cintia Uller Gómez expôs o trabalho científico: Certificação e inserção no mercado de agricultores que realizam agricultura de corte e queima no litoral do Estado de Santa Catarina, Brasil. Ela coordenou a pesquisa com recursos da FAPESC, que dentro do programa REPENSA ficou conhecida como Roça do toco e foi encerrada em abril de 2015. “Este projeto está dando bons frutos. Além de ter originado um livro e ser cientificamente importante, trouxe renda adicional a agricultores de Biguaçu”, acrescenta Mario Angelo Vidor, da FAPESC.
Já o Doutorando do PPGEA/UFSC, Robert Andrés Villazón Montalváne, falou sobre o estudo Potencial de utilidades para agricultores familiares produtores de carvão vegetal do Sul do Brasil para implantação de inovações tecnológicas. Por sua vez, o Eng. Agronomo Fernando Vieira de Luca, ex-bolsista da Rede Sul Florestal, apresentou o artigo científico Resiliência dos meios de Vida dos agricultores familiares do Sul do Brasil que realizam agricultura de corte e queima.
De Biguaçu para o mundo
Os representantes do Brasil debateram o impacto do atual do declínio dos preços do petróleo sobre a produção florestal e agrícola e do investimento no uso da terra, sobre os fatores que impulsionam a demanda e a oferta de energia no longo prazo. Investigadores florestais e investidores de fundos de terra irão partilhar os seus critérios de pesquisa e as previsões de investimento para a participação a nível local nos diferentes mercados.
Para ilustrar seu argumento, foram apresentados exemplos relacionados à bioenergia e biocombustíveis, e descrever os desafios resultantes de operações de expansão. Os estudos desenvolvidos em Biguaçu, com agricultura de corte e queima, versam sobre o uso sustentável de florestas para produção de bioenergia, com certificação participativa, enquadrando-se numa plataforma inovadora de produção de bioenergia sem perder de vista elementos chave de segurança alimentar das populações locais.
“A oportunidade de participar de um congresso de renome mundial como o XIV Congresso Florestal Mundial demonstra a importância de investigar temas locais que apresentam inserção global, e projeta o Estado e o Brasil nas discussões de produção sustentável multinível”, disse Reney Dorow, da Epagri/Cepa. A participação no evento foi viabilizada pela Rede Sul Florestal, FATMA e FAPESC.
Por: Heloisa Dallanhol – FAPESC