Catarinense estuda proteínas celulares relacionadas ao Alzheimer

A pesquisadora Helena Cimarosti, do Departamento de Farmacologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), foi selecionada para desenvolver um estudo voltado a doenças neurodegenerativas, como isquemia e Alzheimer. Seu projeto foi um dos 82 contemplados pelo programa Newton Advanced Fellowships, que recebeu propostas do Brasil, México, China, Turquia e África do Sul. No Brasil foram selecionados 18 pesquisadores, que desenvolverão seus estudos de 6 meses a 3 anos em parceria com britânicos.
Helena e Jeremy Henley, da Universidade de Bristol, vão estudar as proteínas SUMO (small ubiquitinlike modifier), que se ligam a proteínas celulares muitas vezes envolvidas em doenças neurodegenerativas. O projeto selecionado pelo Newton Advanced Fellowships dá continuidade a uma pesquisa realizada por Helena sobre o potencial neuroprotetor da SUMOilação (ligação das proteínas às SUMO)  frente à isquemia cerebral. “Agora o foco de estudo é expandir os resultados obtidos para a Doença de Alzheimer”, diz.
neuronios
As SUMO têm capacidade de alterar atividade, estabilidade e localização das proteínas-alvo e podem evitar a morte celular em situações de estresse ocasionadas por patologias, protegendo, por exemplo, os neurônios.“O número de proteínas que podem ser SUMOiladas é vasto e inclui desde proteínas nucleares, responsáveis pela integridade do genoma por exemplo, até receptores e transportadores presentes na membrana da célula, responsáveis pela captação celular de glicose”, explica a pesquisadora.
Segundo Helena, a possibilidade de SUMOilação de proteínas ligadas a doenças neurodegenerativas tem atraído a atenção de pesquisadores que buscam elucidar o papel da SUMO nestas doenças. A partir das pesquisas, podem ser desenvolvidas novas estratégias terapêuticas para melhorar as condições de vida dos milhares de pacientes.
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência crônica entre idosos, afetando em torno de 40 milhões de pessoas no mundo todo, com estimativas de que os números quase dobrem a cada 20 anos.  “Apesar de estudos prévios sobre ativadores e inibidores da via da SUMOilação, estudos que mostrem estes efeitos no contexto de doenças neurodegenerativas ainda permanecem escassos”, lamenta a pesquisadora.
Parceria internacional
O contato com Jeremy Henley data de 2006, quando ela ganhou uma bolsa de pós-doutorado da Fundação Marie Curie no laboratório dele na Universidade de Bristol, onde ficou por mais dois anos. “Mantemos projetos em colaboração que visam principalmente a troca de experiências, o intercâmbio de pessoal e a internacionalização de ambas as universidades”, declara a brasileira.
O edital Newton Advanced Fellowships resultou de uma parceria entre o CONFAP (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa) e as Academias do Reino Unido, no âmbito do Fundo Newton. As FAPs que aderiram à chamada e tiveram pesquisadores selecionados vão dar contrapartida financeira aos pesquisadores, entre elas a FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
O programa vai auxiliar pesquisadores brasileiros a desenvolverem projetos que permitam fortalecer a capacidade de pesquisa de seu grupo, por meio de treinamento e colaboração com parceiro no Reino Unido. Os auxílios serão concedidos por até dois anos e podem chegar a £37 mil por ano (aprox. R$165 mil), para pesquisadores das áreas de ciências naturais, ciências sociais e humanidades.
Por: Jéssica Trombini – assessoria da FAPESC

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