Os bastidores de um espetáculo de teatro de animação

Relatar processos criativos, discutir a linguagem, compartilhar experiências. Esses são alguns dos objetivos do II Colóquio FITA, que começou na terça e segue até 28 de maio. Ana Santa Cruz, que dá nome a sua companhia, falou no primeiro dia do evento (26) de como se deu a construção de seu espetáculo, “Revoltosas Manobritas” (Peru). A entrada em qualquer atividade do Colóquio é gratuita. A realização deste evento tem apoio da FAPESC por meio do edital PROEVENTOS. 

“Venho de Lima – Peru- e trago títeres corporais”, contou, explicando que antes de conceber a narrativa de uma montagem de teatro de animação usando essa técnica precisa encontrar os personagens em seu próprio corpo, especialmente nas mãos. “A primeira etapa é de pesquisa em frente ao espelho”, disse.

Cia. Ana Santa Cruz - Revoltosas Manobritas - Fotos Pablo Arias 2

A inspiração para a concepção do espetáculo, relatou Ana, vem das cores e da alegria do povo de Lima, cidade com mais de 8 milhões habitantes. Na quarta, “Revoltosas Manobritas” serão apresentadas no Teatro Sesc Prainha, às 10h e 15h. A entrada é gratuita.

Na quarta, o Colóquio terá uma vasta programação e entre as palestras está “Os intercruzamentos entre o teatro de animação e o cinema de animação”, com o Prof. Dr. Fábio Nunes Medeiros (FAP-Curitiba).“Foi realizado um mapeamento histórico e conceitual das duas linguagens, investigando os fatores que as bifurcam, as afastam e as imbricam, especialmente, por meio de uma amostragem de práticas artísticas do teatro de formas animadas, do cinema de animação e de modalidades identificadas como convergentes para o objeto, tais como os autômatos, tecnologias e virtualidade”, explica Medeiros, que tem na base de sua pesquisa artistas de excelência como Lotte Reiniger, Jiří Trnka, Norman McLaren, Jim Henson, Michel Ocelot, Tim Burton, Cia Lumbra e Cia Pequod.

A pesquisa se move em direção a alguns questionamentos, como “quais são as afinidades e os estranhamentos entre essas linguagens?”.  Outras variantes a conduzem, tais como “o peso das tecnologias fez a fotografia substituir a pintura?”, “O cinema substituiu o teatro?”, “A televisão substituiu as apresentações populares do teatro de bonecos e os contadores de “causos”?”.

“Algumas práticas pioneiras do cinema de animação e mesmo do cinema, colocaram em xeque, através de suas estéticas, a condição da presença animada do boneco e mesmo de objetos nos filmes. A filmografia do uso de bonecos e de objetos animados é grande e começa junto ao cinema live action, com efeitos especiais (que teve Georges Méliès como pioneiro, seguido de Willis O’Brien, Alexander Ptushko e Ray Harryhausen) e como linguagem própria (a lista de artistas é grande)”, destaca o professor.

Programe-se

28.5 – QUINTA

Centro de Cultura e Eventos – UFSC – 9h – 12h                  

Sessões de comunicação

Mediação: Profª Drª Elisana De Carli

Centro de Cultura e Eventos – UFSC – 16h -18h

Relato de experiência com Stephen Mottram’s Animata (Inglaterra): “A lógica do movimento”

Mediação: Profª Maria de F. de Souza Moretti

Centro de Cultura e Eventos – UFSC – 14h – 16h

Relato de experiência de Roberto Gorgati (SC): “Mestre ou objeto?”

Mediação: Profª Maria de F. de Souza Moretti

OFICINAS

Centro de Cultura e Eventos – UFSC – 9h-12h

Oficina: A lógica do movimento

Ministrante: Stephen Mottram’s Animata (Inglaterra)

Fonte: Assessoria de Comunicação Cultura Multimídia