Entrevista: Carlos Chiodini à frente dos desafios da economia de SC

Desde quarta-feira, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) está com novo titular. O empresário e deputado estadual Carlos Chiodini, 32 anos, de Jaraguá do Sul, tem o desafio de trabalhar para impulsionar a economia do Estado num ano de crise. O Secretário estará nesta terça-feira (10) às 16h na FAPESC.

Chiodini começou a carreira na rede Mime, distribuidora de combustíveis da sua família, em Jaraguá do Sul. aos 17 anos ingressou na política, em 2007 foi diretor do Porto de São Francisco do Sul e já conquistou dois mandatos de deputado estadual, em 2010 e 2014. Na Secretaria, Planeja incentivar investimentos de empresas de SC no próprio Estado, a tecnologia e a inovação.

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A Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável de SC (SDS) tem uma ampla atuação. Inclui fundações, agências e diversos programas. Como será o trabalho da nova equipe?

Carlos Chiodini – Vamos nos reunir com as áreas temáticas – desenvolvimento econômico, meio ambiente, inovação e tecnologia – e alinhar nossas metas. Muitos projetos foram iniciados no último governo. Um exemplo é a política pública de inovação criada pela SDS. Foi implementada, mas ainda está engatinhando. Então, a nossa missão é continuar, ouvir os segmentos envolvidos e avançar pela importância que isso tem para o futuro econômico de Santa Catarina, pela importância de mudar nossa matriz econômica, a necessidade de acréscimo de valor agregado. Um dos desafios, agora, é definir um modelo para os nossos 13 centros de inovação a partir das parcerias que temos com a Catalunha (de Barcelona), Cingapura e o Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Como a nova equipe vai trabalhar as demandas empresariais?

Chiodini – Como a nossa posse foi quarta-feira, agora vamos começar a trabalhar. Vou de encontro às federações empresariais para conversar. Vamos estabelecer um plano de trabalho. A parceria com o Sebrae/SC vai se manter com outros eixos de continuidade. As federações e as micro e pequenas empresas já nos visitaram. Para as micro e pequenas empresas foi feito o estatuto geral. Agora, precisamos consolidar essas políticas, regulamentar.

E para o meio ambiente?

Chiodini – Pretendemos acelerar a concessão de licenças ambientais. A demora é um problema recorrente em Santa Catarina, principalmente do órgão ambiental da nossa esfera, que é a Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Temos a missão do governador Raimundo Colombo de melhorar isso. O presidente da fundação, Alexandre Waltrick, vai coordenar estudos para que haja mais agilidade das licenças, preservando o meio ambiente. Estamos preparando uma reforma de processos para a Fatma que tem como objetivo único aumentar a produtividade. Empreendimentos de maior impacto ambiental terão trâmites mais demorados, a lei exige isso. Mas para empreendimento de menor impacto a análise pode ser mais ágil.

De que forma será trabalhada a atração de investimentos?

Chiodini – O governador sempre tem dito que sendo um governo de recondução, é um novo governo e, nessa área, pretende inovar. Quer constituir um grupo para isso porque várias oportunidades de investimentos entram em SC por diversas portas, incluindo as secretaria de Relações Internacionais, Fazenda, Desenvolvimento e outras. Se a gente unificar, vai dar mais agilidade, melhorar a oferta de dados e dar mais segurança ao empreendedor para que os investimentos sejam efetivados. A secretária de Assuntos Estratégicos Lucia Dellagnelo já vinha trabalhando num projeto de uma agência de atração de investimentos, que é um modelo inovador. Ela vai apresentar ao governador e secretários na próxima semana. Esse trabalho será coordenado pela SDS, mas terá formatação com a colaboração das demais secretarias e da sociedade.

Como pretende trabalhar o crescimento da economia de SC?

Chiodini – A multidiversidade do nosso setor produtivo é o nosso maior patrimônio. Temos algumas regiões mais desenvolvidas e outras menos. Pretendemos identificar o nível de investimento que caberia nessas áreas com mais dificuldades. Poderíamos incluir as regiões da BR-116 toda, a BR-280 entre a BR-116 até Porto União e outras. São regiões que têm mão de obra, logística mas, mesmo assim têm dificuldades. Mafra, por exemplo, tem 60 mil habitantes, uma classe média forte e pode receber mais investimentos.

Os incentivos vão continuar?

Chiodini – Sim. Uma das nossas metas é popularizar os incentivos fiscais do Estado. Vamos fazer ampla divulgação do Prodec, de como funciona. Acreditamos que mais empresas podem ser parcerias. Todos os outros programas também serão mais difundidos. E quando eu falo em potencializar a indústria catarinense, significa mantê-la no Estado, colaborar para que cresça e que possa investir em outras regiões catarinenses. Também pretendemos ajudar na identificação de potenciais compradores fora de SC e potencializar o fornecimento para grandes empresas baseadas aqui.

A sua pasta é a responsável pela gestão da água. Diante da seca no país, o que vai priorizar?

Chiodini – Vamos dar mui
ta atenção à gestão e preservação das bacias hidrográficas e fortalecer os programas específicos como o SC Rural, promover educação ambiental, as outorgas, fazer um amplo cadastro de usuários de recursos hídricos para que SC continue um Estado autossuficiente na riqueza hídrica.

Entrevista concedida à Estela Benetti/DC

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