Você já ouviu falar de ilustração científica? “Anatomia de uma ilustração”, publicação da Editora Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), traz os bastidores da produção deste tipo de arte, bem como suas diversas técnicas: nanquim, grafite, aquarela, ilustração digital. O livro foi elaborado com apoio da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) por meio do PROEVENTOS, que financiou a 1ª Jornada de Ilustração Científica – Sul (JIC-Sul). Desse congresso foram retiradas diversas ilustrações para o livro.
O trabalho de um ilustrador científico pode ser feito a partir de observações da natureza, por fotografias, ou por descrições de pesquisas, como nos casos de espécies já extintas. A utilização dos desenhos varia: exemplificar relatos de pesquisas, decorar de ambientes, ilustrar livros didáticos, infantis, dissertações científicas, atlas de medicina e biologia.
Foto: A Vaca do Mar de Steller (Hydrodamalis gigas), extinta em 1768 – Ilustração digital 3D – Artista Diana Marques / Reprodução
“A ilustração científica muitas vezes acrescenta elementos que não aparecem em fotografia”, diz a professora Maria Inés Castiñeira. O nível de detalhamento e os elementos específicos das áreas de biologia e anatomia exigem que o profissional seja altamente qualificado, com formação técnico-científica. Na Universidade de Brasília, por exemplo, o professor Marcos Silva instituiu o Núcleo de Ilustração Científica no Instituto de Biologia em 1999.
“A atividade de ilustração científica não é muito conhecida. Apesar disso, há uma grande procura por cursos nesta área pela escassez de professores. Os poucos cursos que existem são bastante procurados”, conta o professor Leandro Lopes, que ministra uma oficina permanente de ilustração há dez anos em Florianópolis.
Em âmbito nacional, os ilustradores científicos se organizam desde 2006 na UNIC (União Nacional de Ilustradores Científicos), que organiza desde aquele ano o ENIC (Encontro Nacional dos Ilustradores Científicos). Na região Sul do Brasil, o Estado do Paraná é tido como referência na área, por conta do CIBP (Centro de Ilustração Botânica do Paraná). “Santa Catarina estava fora do circuito. A JIC-Sul teve um papel importante em colocar Santa Catarina no mapa da ilustração científica”, afirma Lopes.
O livro “Anatomia de uma Ilustração” será distribuído gratuitamente em escolas e bibliotecas, mas alguns exemplares podem ser obtidos com a prof. Maria Inés Castiñeira: maria.castineira@unisul.br
Fonte: Jéssica Trombini – FAPESC