Em condições normais de pressão e temperatura, criar um negócio inovador de sucesso já é um desafio e tanto. Quando o ambiente é menos propício, a dedicação e a perseverança têm de vir em dobro. Se o ecossistema de startups é relativamente novo em grandes capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, saindo deste circuito ele ainda engatinha.
Cidades tradicionalmente ligadas à tecnologia e inovação, como Recife ou Florianópolis, começam a ver brotar iniciativas, como o nascimento de aceleradoras e fundos. O apoio ao empreendedor nesses locais ainda é mais restrito, assim como a disponibilidade de recursos. Mas isso não quer dizer que seja inviável fundar uma startup fora do eixo Rio-São Paulo.
Negócios interessantes e lucrativos vêm pipocando em locais mais remotos, onde a concorrência por mão de obra é menor e os custos são mais competitivos. É o caso da Logovia, startup que opera um marketplace de serviços de design a partir de Fortaleza, no Ceará.
“Quem está longe de grandes centros sofre com diversas dificuldades no dia a dia, que podem travar o crescimento da empresa ou tornar o processo mais lento. Mas o grande desafio de todo empreendedor é criar um negócio e torná-lo lucrativo, e isso independe do local”, diz Pedro Renan, cofundador e CFO da startup.
Conheça alguns dos desafios a vencer por quem empreende fora do eixo Rio-São Paulo:
Mão de obra e serviços qualificados
Em empresas jovens, uma das estratégias para diminuir o custo e, principalmente, maximizar o tempo é terceirizar serviços. Fora das grandes capitais, isso não é tão simples. “É um desafio conseguir bons prestadores de serviços, que tenham bons cases para apresentar e uma equipe muito bem treinada, principalmente em serviços ligados à área tecnológica”, diz Renan. Mas, segundo o empreendedor, essa realidade vem mudando. “Felizmente, vejo que essa dificuldade é cada vez menor”, diz.
Networking
Seja em um evento especializado ou em um happy hour informal, trocar ideias sobre o seu negócio é fundamental para qualquer empreendedor. Nos locais mais remotos, as oportunidades são mais escassas. “Às vezes uma simples reunião ou até mesmo uma cervejinha com pessoas capacitadas e abertas a trocar ideias representam um excelente aprendizado”, afirma Renan.
Capacitação
Para evoluir, tanto tecnicamente quanto estrategicamente, uma startup sempre deve estar por dentro das novas tendências. Para quem está fora dos grandes centros, ter acesso a cursos mais recentes e eventos significa um custo adicional de deslocamento e hospedagem. “O ideal é direcionar apenas uma pessoa ou um grupo restrito, mas que possa replicar o conteúdo internamente”, recomenda o empreendedor.
Acesso a capital de risco
As principais aceleradoras e os fundos de capital de risco tendem a se concentrar mais nos grandes centros financeiros do país, o que pode dificultar o contato face a face. A dica, nesse caso, é investir no preparo, para que quando a oportunidade surgir, você esteja pronto para aproveitá-la. Capriche no pitch e tenha materiais simples, claros e diretos que mostrem o potencial do seu negócio para compartilhar eletronicamente, se for necessário.
Fonte: Daniela Moreira/site Pequenas empresas, grandes negócios
