Começou em dezembro um projeto que promove o uso sustentável de recursos naturais em São Pedro de Alcântara. Para viabilizá-lo, a Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) repassou R$ 138.475,00 ao pesquisador responsável, Júlio Cesar Leão, que vai avaliar a viabilidade técnica e econômica da extração de essências de espécies florestais nativas da Mata Atlântica predominante naquele município catarinense.
São Pedro de Alcântara tem 80% de cobertura vegetal e a fiscalização ambiental restringe o desmatamento voltado a aumentar áreas de plantio, o que compromete a sobrevivência de agricultores. “Nosso interesse é fomentar a atividade de extração sustentável de óleos essenciais e viabilizar o sustento das famílias dos produtores rurais sem que eles tenham de derrubar a mata e vir para a cidade”, disse Elisabete Liz de Oliveira Gesser, tesoureira da ACESPA (Associação Campo e Erva de São Pedro de Alcântara), proponente do projeto que terá duração de 1 ano. “No final, esperamos que as pessoas possam usar o conhecimento adquirido para gerar renda de maneira sustentável”.
Os óleos essenciais ou essências são formados por um conjunto de substância que atribuem odor e sabor aos vegetais. São amplamente utilizados como insumos da indústria farmacêutica, alimentícia e medicinal. O Brasil é o 3° maior exportador de óleos essenciais do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e para a França. Porém é muito incipiente a extração de produtos a partir de plantas nativas, o que poderia ser um grande aliado na conservação dos recursos naturais e na biodiversidade da Mata Atlântica.
A partir do levantamento botânico de Santa Catarina e do levantamento de campo em São Pedro de Alcântara, a equipe de pesquisadores financiados pela FAPESC vai selecionar entre 20 e 30 espécies nativas potencialmente produtoras de óleos essenciais; extrair as essências e analisar o rendimento técnico e econômico; caracterizar as espécies selecionadas e elaborar um manual de manejo para coleta e armazenamento e beneficiamento de amostras; montar um sistema de extração em escala de pequena produção para estudos de rendimento e viabilidade econômica, determinar a qualidade das essências após extração e depois de seis meses de armazenamento, para verificar a preservação dos produtos.
Saiba mais com a presidente da ACESPA, Guisela Hilbert (guiselahilbert@yahoo.fr) ou com Roberto Stahelin (r_stahelin@yahoo.com.br).
Fonte: Assessoria de Imprensa da Fapesc