Santa Catarina concentra hoje boa parte do capital inovador do Brasil. Para potencializar ainda mais essa vocação, a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e a Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) reúnem, nos próximos dias 3 e 4, alguns dos principais nomes em inovação e eficiência energética do país e do mundo em Florianópolis, capital nacional da inovação. Serão dois dias de apresentações e mesas de discussão.
A participação no evento é gratuita e as vagas são limitadas. A programação e o formulário de inscrição estão disponíveis no site www.funjab.ufsc.br/iee.
As empresas de Santa Catarina ficaram em primeiro lugar em sete das nove edições do ranking Campeãs da Inovação, elaborado pela revista Amanhã com a Fundação Dom Cabral. Em 2011, a mais inovadora foi a Whirlpool, que investe cerca de 3% do faturamento em pesquisa e estará na abertura do seminário com palestra do vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da América Latina, Rogério Martins. Também participam da abertura o superintendente de Pesquisa, Desenvolvimento e Eficiência Energética da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica -, Máximo Luiz Pompermeyer, o diretor do Instituto de Globalização e Regulação Internacional da Universidade de Maastricht, na Holanda, Anselm Kamperman Sanders, e o especialista em transferência de tecnologia e inovação da Universidade de Pequim de Aeronáutica e Astronáutica, da China, Xiangdong Chen. A programação ainda inclui palestra do gerente de Inovação Tecnológica da Weg, Sebastião Nau, e mesas nacionais e internacionais de discussão sobre inovação, propriedade intelectual e eficiência energética. O seminário vai reunir experiências do Brasil, Holanda, China e Colômbia, e terá participação de representantes da Eletrobras e da Finep. De Santa Catarina, além da Celesc e da Ufsc, participam Fiesc, Acate e Inova SC.
“O objetivo é aproximar esses temas e promover uma discussão transversal, com base em experiências de instituições públicas e privadas de diferentes locais e realidades, aproveitando as melhores práticas de cada um”, explica o presidente da Celesc, Antônio Gavazzoni. Desde o ano passado, a empresa começou a investir mais agressivamente em eficiência energética, por meio de ações como Energia do Bem, em hospitais e comunidades de baixa renda, e do Bônus Eficiente, para substituição de eletrodomésticos obsoletos por outros mais eficientes.
“Todos os anos as empresas de energia precisam investir, por lei, um percentual de sua receita em eficiência energética e em pesquisa e desenvolvimento (P&D). De que forma investir esses recursos é uma das questões a serem discutidas no seminário”, explica o diretor de Distribuição da Celesc, Cleverson Siewert.
De acordo com o professor Luiz Otávio Pimentel, da Ufsc, “é preciso avançar na cooperação e na parceria tecnológica para a inovação aberta, superando as barreiras burocráticas e aproximando, ainda mais, as instituições de pesquisa, empresas e os órgãos governamentais, aproveitando plenamente o marco regulatório favorável, temas do nosso debate”, diz.
De acordo com o relatório O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade, preparado por um grupo de organizações não-governamentais que acompanha o setor, o Brasil perde 20% da energia produzida. O volume desperdiçado no sistema de transmissão é muito superior ao verificado no Chile (6%) e na Europa (7%). O mesmo estudo mostra que a ineficiência do setor elétrico é paga pelo consumidor, que recebe contas com valores cada vez mais elevados e sofre com apagões. De acordo com os pesquisadores, a ausência de uma política de incentivos para a inovação tecnológica e a ampliação da escala de produção de energia têm prejudicado a expansão de outros potenciais elétricos do país.