A IV Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação iniciou hoje (18), congregando
autoridades governamentais, empresários, alunos e professores de instituições de ensino
superior, no auditório da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de
Santa Catarina).
É a primeira vez que o evento terá etapas em três cidades (Florianópolis Joinville e Criciúma). “Já havíamos feito uma reunião preliminar (no dia 7 de maio) e escolhido 3 eixos para orientar os debates: inovação na gestão pública; legislação e inovação; articulação universidade, empresa e sociedade”, explicou Sergio Gargioni, presidente da Fundação. “Para fazer inovação precisamos de conhecimento e boa parte dele está na universidade. Só o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina tem mais recursos para pesquisa do que a Fapesc inteira dispõe para aplicar em todas as áreas do conhecimento e em todo o estado (aproximadamente R$ 50 milhões, sendo R$ 35 milhões provenientes do governo, em 2012).”
Por sua vez, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais deve receber neste ano cerca de R$300 milhões e investir 40% do total em inovação, segundo Evaldo Vilela, secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de MG. Este valor equivale a 1% do ICMS arrecado no estado – o mesmo percentual é garantido pela Constituição de Santa Catarina e, se fosse repassado à Fapesc, elevaria a contribuição do governo estadual para R$100 milhões).
Vilela foi convidado para a conferência por causa do êxito obtido pelo Sistema Mineiro de Inovação (SIMI). Entre as novidades do SIMI, ele citou uma rede social de inovação que conecta empresários e estudantes de pós-graduação: “eles podem postar seus blogs, interagir pela internet e só então nós promovemos encontros presenciais. A gente sai do processo quando há necessidade de sigilo, mas ainda assim consegue medir o nível de sucesso dessas interações”.
Implantada em 2006, a rede tem mais de 6 mil usuários e em breve “será turbinada, vai virar 3.0”, nas palavras de Vilela, que também destacou o Programa de empreendedorismo na pós-graduação. “Ele mostra ao aluno que sua tese pode servir a uma empresa – mais do que apenas gerar papers – e que este aluno, ao invés de procurar emprego depois da pós, pode dar emprego se desenvolver um espírito empreendedor”, disse.
Modelo catarinense
Lúcia G. V. Dellagnelo, secretária-adjunta da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), falou no plano do governo catarinense para alavancar o crescimento com base na sustentabilidade socioambiental, nos próximos 10 anos. Chamado de SC@2022, o plano se desdobra em 4 projetos e prevê o fortalecimento de pequenos empreendimentos, a criação de 40 polos de economia verde que reutilizem resíduos industriais, o estímulo a regiões com baixos IDH (Índices de Desenvolvimento Humano), fora um projeto voltado para a capacitação de jovens em várias linguagens de programação (o GeraçãoTEC). “A Fapesc é a grande protagonista deste projeto”, afirmou Dellagnelo.
Outra ação da SDS se denomina INOVA@SC e foi resumida nesta sexta-feira por Carlos Olsen. “Estamos definindo 12 polos de inovação em SC, trabalhando com instituições e lideranças locais, não só as políticas, mas também acadêmicas e empresariais. Vamos criar estruturas para apoiar o desenvolvimento dos setores agrobusiness, metal-mecânico, educação, energia, Life Science, logística e TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação). “Também estamos buscando referências mundiais, e já firmamos acordos com Portugal e a região espanhola da Catalunha. Hoje esses e outros países se encontram numa grande crise e isso abre uma oportunidade para países emergentes”, concluiu.
Após as exposições dos convidados, a conferência prosseguiu com a divisão dos participantes em 3 grupos, para discutir os eixos temáticos, e apresentaram conclusões preliminares. “São linhas prioritárias, mas queremos deixar em aberto o debate”, ponderou Gargioni. Segundo o diretor de Pesquisa e Inovação da Fapesc, Mario Angelo Vidor, “com a reunião de hoje, a de Joinville e de Criciúma, será possível construir um documento a ser encaminhado ao governador para atualizar a política de inovação no estado e sua gestão”.