Engenheiros com formações diversas e atuações em instituições renomadas falaram na quarta-feira (28) no painel Pesquisa e Inovação para o Desenvolvimento Brasileiro, durante a 68ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, comemorada até 30 de setembro, no Centro de Convenções de Florianópolis.
O âncora do debate foi o presidente do Conselho de Administração do Grupo WEG/SC, Décio Silva. Ele disse que a empresa – fundada por seu pai e outros pioneiros – chegou ao faturamento anual de R$6 bilhões graças à aposta na inovação. “Nós temos investido de 2 a 3% da nossa receita líquida durante décadas”, acrescentou. “Não adianta fazer inovação uma vez: tem que ser consistente.”
O Brasil investe em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) menos de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Deste percentual – praticamente um terço da aplicação japonesa – 60% vem do governo. “Precisamos convencer as pequenas e médias empresas a também investirem em tecnologia”, afirmou o Eng. Mecânico Décio Silva (na foto acima, no centro).
Tão importante como criar conhecimento é transferi-lo às diferentes áreas produtivas, inclusive à agropecuária, cuja produtividade cresceu aproximadamente 4,5% no ano passado, alçando o Brasil ao terceiro lugar como exportador de produtos agrícolas no mundo. “Isso só foi possível porque o agricultor acreditou e adotou tecnologias como estratégia para se manter competitivo”, explicou o Chefe-Geral da EMBRAPA Meio Ambiente, Celso Vainer Manzatto. Segundo o Engenheiro Agrônomo, o conhecimento científico pode ajudar na redução das emissões de carbono e na adaptação necessária para plantar e criar gado em tempos de aquecimento global.
Preparar-se para as mudanças climáticas e dar solução aos resíduos gerados no processo industrial são desafios a serem enfrentados com P&D pelo Grupo Votorantim, presente em mais de 20 países. O conglomerado de empresas “colocou a sustentabilidade dentro do planejamento estratégico”, nas palavras do Eng. Eletricista David Canassa, Gerente de Sustentabilidade do Grupo que lucrou R$ 4,9 bilhões em 2010.
Plano Brasil Maior
Aumentar o investimento privado em P&D de 0,59% do PIB nacional para 0,9% até 2014 é uma das metas de um plano do governo federal cujo slogan é Inovar para Competir, Competir para Crescer. Para tanto, o Brasil Maior deve destinar mais recursos à formação de pesquisadores. “Apenas 2,6% da população brasileira está envolvida com atividades de P&D, enquanto este percentual é de 10% em Portugal e 15% no Japão”, observou o Eng. Químico Maurício B. de França Teixeira, Chefe de Departamento de Tecnologias Sociais da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos).
Ele integrou o painel mediado pelo Eng. Mecânico Sergio Luiz Gargioni, presidente da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). A FAPESC também está representada na feira tecnológica do Centrosul, por meio da divulgação de programas como o Sinapse da Inovação e do material institucional disponível no estande da ACATE (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia).
Fonte: Assessoria de Comunicação Fapesc