FAPESC articula interessados em plantas bioativas

Agregar valor à produção agrícola catarinense é uma das metas do programa estruturante para plantas bioativas a ser coordenado pela FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). O grupo responsável pela estruturação do programa se reuniu pela primeira vez hoje (01/06) e inclui representantes da EPAGRI e de empresas como Duas Rodas, Phytosul, Farmoterápica do Valle, Herbia Cosméticos Orgânicos, Aurora Alimentos, Laboratório Catarinense e Harmonia Natural.

 

Plantas medicinais, aromáticas, condimentares, inseticidas, repelentes e tóxicas são ditas bioativas por terem ação sobre outros seres vivos. Elas servem a indústrias diversas, que buscam novas opções de remédios, cosméticos, corantes e antioxidantes naturais. “A Flora Catarinense tem muitas espécies bioativas, algumas delas bem conhecidas da ciência e muitas outras ainda por se pesquisar,” diz Antonio Amaury Silva Junior, pesquisador da Epagri lotado na Estação Experimental de Itajaí.

 

Pela predominância da agricultura familiar em Santa Catarina, o Estado serviria bem à produção de plantas bioativas, segundo Mario Angelo Vidor, Diretor de Pesquisa em Ciências Agrárias e Meio Ambiente da FAPESC. Mas são poucos os produtores que entram neste novo campo – até porque nem sempre há sementes e mudas a preços acessíveis – fazendo com que empresas do ramo implementem seus próprios cultivos. Em Canelinha, por exemplo, Cecília Osaida, da Harmonia Natural, foi a primeira produtora de ginseng-brasileiro e atualmente cultiva tupinambor, açafrão, zedoária  e mais 12 espécies aromáticas.

 

Outra empresa que participou da reunião é a Herbia Cosméticos Orgânicos, de Joinville, que cultiva suas próprias plantas bioativas e extrai  óleos essenciais para a produção de seus cosméticos orgânicos e terapêuticos. “Teríamos um bom mercado no exterior para cosméticos brasileiros, desde que tenham o diferencial da nossa biodiversidade, usando plantas da Mata Atlântica, por exemplo”, afirma Rafael Krause, da Herbia. “Não adianta usarmos lavanda para produzir cosméticos e querer exportá-los, porque isso a França já faz muito bem.”

 

O primeiro passo do grupo é identificar as espécies de interesse das empresas  participantes, para então desenvolver  pesquisas de cultivo, tecnologias de processamento, desenvolvimento de produtos e outros aspectos da cadeia produtiva de plantas bioativas. “Os desafios são múltiplos e incluem garantir remuneração justa para os agricultores envolvidos”, acrescenta Silva Junior.

 

Informações adicionais com Mario Angelo Vidor (mario@fapesc.sc.gov.br)

ou Antonio Amaury Silva Junior ( amaury@epagri.sc.gov.br).

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