Com apoio da Fapesc, jovens transformam hidromel em negócio utilizando produtos nativos de Santa Catarina

Foto: Caroline Costa (Fapesc)

A bebida mais antiga da humanidade virou negócio para quatro amigos que concluíram juntos a graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O hidromel, uma bebida alcoólica fermentada à base de mel e água, entrou na vida do grupo quando eles ainda eram estudantes de Agronomia, mas o gosto pela atividade e a demanda de mercado os levou à profissionalização e ao empreendedorismo. Nasceu, assim, a Néctar Hidromel. A primeira hidromelaria de Florianópolis.

Depois de serem apresentados à bebida em uma disciplina da faculdade, os quatro amigos decidiram investir na experiência: queriam produzir hidromel com insumos locais e nativos de Santa Catarina. Era o fim do ano de 2019. Mas o projeto, que começou com produção caseira e sem muitas pretensões, escalou rapidamente depois que foi selecionado pelo programa Centelha, uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) que ajuda empreendedores a transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso. 

Com ajuda de custo, eles conseguiram investir na ideia, regularizaram a empresa e deram início a uma nova fase da Néctar. Compraram maquinário, organizaram processos e profissionalizaram a testagem de novos componentes para ampliar o portfólio de bebidas para comercialização.

E o que antes era feito em casa de forma quase manual logo ganhou um espaço exclusivo para a fabricação – hoje, a empresa está sediada no Bairro Carvoeira, em Florianópolis. “A Néctar cresceu muito depois do programa Centelha. Foi o estopim para que essa ideia pudesse crescer profissionalmente. Conseguimos acelerar a nossa trajetória como empreendedores em uns 10 anos com o incentivo, o que não teríamos condições de fazer até a empresa estar muito bem consolidada”, conta a agrônoma Giulia Scussel, uma das sócias da Néctar.

Atualmente, a empresa trabalha com dez fornecedores, todos apicultores familiares do Estado. Um deles é Solano Rubik, apicultor em Major Gercino e presidente da Associação dos Criadores de Abelhas de Pinheiral e Região (Acapi). A parceria dele com a Néctar deu tão certo que a família decidiu regularizar o mel produzido em casa após passar uma vida inteira trabalhando informalmente. Animado com a nova fase, Solano projeta que, em um ano, as vendas irão crescer mais do que nos últimos 20 anos.

“A regularização veio da necessidade. Eu vendia o mel por um preço muito baixo e não estava mais valendo a pena. Então, começaram a aparecer representantes interessados, como a Néctar, e decidi dar um novo passo para a nossa produção”, conta.

Produtos nativos de Santa Catarina

Antes mesmo de se profissionalizar, os quatro sócios já tinham uma pretensão bem clara para a Néctar: queriam utilizar apenas produtos nativos de Santa Catarina e fortalecer a rede de apicultores familiares do Estado. 

“A nossa profissão nos permite ter um contato mais próximo com toda a cadeia agrícola do Estado, então isso não é um problema. É, na verdade, o nosso diferencial”, conta o agrônomo Dylan Thomas, um dos sócios da Néctar.

Mas o hidromel feito por eles não se limita apenas ao uso do mel catarinense, um dos melhores do mundo. Além da iguaria, o grupo também aposta em outros elementos para compor o produto final, como frutas e especiarias. Foi assim que a Néctar chegou ao mercado oferecendo com cinco receitas diferentes: o hidromel tradicional (feito apenas com água, mel e leveduras), o de hibisco, cravo e canela, o hidromel gaseificado (que vem com a versão de maracujá ou de gengibre e limão) e o frisante com mel Jataí, oriundo de abelhas sem ferrão. 

Os testes para novas combinações, no entanto, são permanentes. Eles estão sempre atrás de novidades e novas misturas para oferecer ao mercado, como a opção de hidromel com frutas nativas do Estado, o próximo produto a ser comercializado pela Néctar. O mais recente, no entanto, já está nas prateleiras: um hidromel feito com melato (ou mel de melato da bracatinga), lançado oficialmente durante a Feira do Mel de Florianópolis, em maio. 

“Temos muitas ideias, mas o período de testagem é algo complexo e que pode demorar um pouco. Precisamos não só selecionar o que é viável de ser feito, como também a facilidade de conseguir a matéria-prima e o sucesso na saborização”, explica Dylan.

Bebida milenar

O hidromel é considerado a primeira bebida criada pelo ser humano. Por ser de fácil produção e com ingredientes naturais, ele era uma escolha muito comum dos povos antigos da Idade Média. Foram os Vikings, no entanto, os responsáveis por disseminá-lo. 

Em razão disso, o hidromel, até hoje, é apelidado de “a bebida dos Vikings”. 

Eles acreditavam que a bebida era capaz de aumentar a coragem e a bravura de seus homens e, por isso, brindavam e a consumiam antes de sair para desbravar e conquistar novas terras. Mas não era apenas isso. Há registros de que o hidromel também estava presente em diversos outros rituais dos Vikings, como as celebrações oferecidas àqueles que morriam em batalha. 

Nos seriados de época, como o próprio Game of Thrones, é comum encontrar os personagens consumindo a bebida durante os episódios.

Mais informações para a imprensa:

Sâmia Frantz

Assessoria de Imprensa

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC – Fapesc

E-mail: samia.frantz@fapesc.sc.gov.br

Telefone: (48) 99161-8820

Site: www.fapesc.sc.gov.br

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