Ensinar noções de empreendedorismo e inovação para crianças de 8 a 12 anos de maneira lúdica é o objetivo do projeto ESAG Kids, criado na ESAG-UDESC (Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas da Universidade do Estado de Santa Catarina). Em 2015, o projeto atendeu 300 crianças e este ano já chegou a 1300 – a meta era alcançar mil. O ESAG Kids está em andamento até maio de 2017 e tem apoio da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) por meio do edital Universal, que contempla todas as áreas do conhecimento.
O grupo formado por dois professores e quatro bolsistas (e muitas vezes reforçado por voluntários da Atlética ESAG) já promoveu oficinas em escolas de Florianópolis, Laguna e Balneário Camboriú, e também recebeu crianças na universidade em um pequeno tour. O coordenador do projeto, Prof. Eduardo Jara, conta que quase todas elas têm seu primeiro contato com a UDESC neste momento: “além de falar em empreendedorismo e inovação, o projeto proporciona memórias que ficarão por muito tempo gravadas nas histórias das crianças, e estas memórias são muito agradáveis e prazerosas, pois os pequenos são muito bem recebidos por acadêmicos, professores e servidores da UDESC”.
Nas oficinas, o professor questiona o que é empreendedorismo. “Na maioria das vezes ninguém opina nada, quando muito falam em abrir empresas. Nossa abordagem indica que empreender é realizar”, explica Eduardo Jara. A equipe tenta mostrar que as crianças podem desenvolver ações em diversas áreas, ajudando pessoas (empreendedorismo social), conservando o meio ambiente e a natureza (empreendedorismo verde), e até mesmo criando um produto ou serviço (empreendedorismo de negócios). O método se baseia em modelo de criação de startup, respeitando o ciclo planejamento – execução – avaliação. Para aplicar essa metodologia surgiram o A-E-I-O-U do Empreendedor e o Manual do Empreendedor Mirim, este último entregue a cada criança que participa do projeto.
Para as dinâmicas também é usado o Canvas Kids, uma espécie de mural onde as crianças escrevem suas ideias e como colocá-las em prática. “Como nossa abordagem prima por princípios lúdicos, a tarefa mais difícil foi a do planejamento. Quando entramos em campo com as oficinas propriamente ditas, em todos os casos, as crianças tiveram ideias para construir no modelo Canvas Kids proposto”, explica o professor. As propostas são as mais variadas, desde a criação de objetos que leem pensamento, a criação de estrelas, o fim da corrupção, até maneiras de acabar com o frio, e outras mais viáveis, como parques aquáticos onde possam ser levados animais de estimação, pontos de ônibus com wi-fi e espaços para doações diversas (roupas, móveis, eletrodomésticos).
Os aspectos mais abordados pelo grupo são planejamento, empreendedorismo e realização, inovação, integração com a universidade e educação fiscal. O coordenador do projeto explica que “a ideia de sempre inovar para fazer melhor está de acordo com a criatividade das crianças e a percepção de que nada é impossível. Ao empreenderem inovando, elas terão mais chance de fazer com que seus planos sejam aceitos, pois buscar a inovação é buscar também uma qualidade de vida melhor para todos”. A equipe descobriu que a área da educação fiscal é uma das que mais precisam avançar, já que contribui para a formação dos cidadãos, e as crianças demonstram sensibilidade às causas sociais, para as quais elas acham que deveriam ser usados os impostos arrecadados com suas invenções. “Poder mostrar à sociedade e aos kids que temos o apoio da FAPESC mostra que estamos investindo, enquanto sociedade, no conhecimento e na formação de uma nova geração de empreendedores”, destaca o professor.
Para o futuro, Jara explica que uma das idéias é criar rodadas de apresentação dos projetos, como uma Feira de Inovação e Empreendedorismo Mirim, que por ora é feita apenas virtualmente, na fanpage do projeto do Facebook. Outro objetivo é criar uma incubadora, a IncubaKids, para tentar realizar as idéias das crianças, etapa que no momento é realizada apenas como mentoria dos acadêmicos que acompanham as ações.
Por: Jéssica Trombini – Coordenadoria de Comunicação da FAPESC
Fotos: Divulgação/Esag Kids