Epagri lança novos cultivares de aipim e bata-doce

Desde o início de dezembro, novos cultivares de aipim e de batata-doce estão sendo disponibilizados a agricultores, na Estação Experimental de Itajaí/Epagri e a partir de 2015 na Estação Experimental de Ituporanga. Ambos são resultados de pesquisas que receberam R$100 mil da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).

O trabalho de seleção de aipim iniciou em 1991 em convênio com Ifad/Ciat/Embrapa/Epagri e contava com  acessos originários do Brasil, principalmente dos estados de SP, PR, SC e RS, do exterior (Argentina, Paraguai, Colômbia, Cuba e China).

A partir do ano 2000, iniciou-se na Estação Experimental de Itajaí-EEI em parceria com a Estação Experimental de Urussanga, um trabalho de seleção e avaliação dos melhores acessos, tendo como parâmetros de avaliação a produtividade comercial, suscetibilidade a doenças, facilidade de colheita, qualidade das raízes quanto ao aspecto comercial, facilidade de descascamento, tempo de cozimento, sabor e cor da polpa.

Dos 40 acessos selecionados neste período, foram escolhidos os 11 melhores que, a partir de 2007, foram avaliados em seis municípios do litoral Norte de SC pelo processo de pesquisa participativa, com envolvimento dos extensionistas municipais da Epagri, lideranças municipais e produtores tradicionais de aipim. Os quatro melhores materiais desta seleção foram registrados no Ministério da Agricultura (Mapa).

Dois deles têm a polpa branca, SCS256 Seleto e SCS257 Estação EEI e os outros dois apresentam a polpa amarela, SCS258 Peticinho e SCS259 Diamante. As variedades apresentam boa produtividade e são resistentes às principais doenças.

aipim-epagri

O aipim Manihot esculenta Crantz (na foto acima) é originário do continente sul-americano e amplamente cultivado pelos indígenas deste continente desde antes da descoberta do Brasil. Foram eles os responsáveis pela disseminação do uso das raízes desta planta no continente, assim como os portugueses o foram na Europa, África e Ásia, especialmente. A raiz do aipim, parte mais consumida da planta, é uma importante fonte de hidratos de carbono por conter em sua composição grandes quantidades de amido.

O seu consumo substitui positivamente outras fontes de carboidratos devido à presença de amidos resistentes, de lenta digestão no organismo, com alguns deles chegando a funcionar como se fibras fossem, ajudando no funcionamento do intestino.  Pode ser consumida de diversas formas como cozida, frita e em variados pratos. A batata-doce Ipomoea batatas (foto abaixo), tem origem na América Tropical, e foi levada para a Europa pelos portugueses e espanhóis, difundindo-se, posteriormente, para os demais continentes.

epagri-aipim

O uso da batata-doce na alimentação humana ocorre há mais de dez mil anos. É um alimento energético que apresenta teores significativos de vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, fósforo e água, além de ser uma excelente fonte de β-caroteno e outros nutrientes favoráveis à saúde humana. Pelo baixo índice glicêmico e por ser rica em fibras promove uma ótima saciedade. Também pode ser consumida assada, cozida, frita e em variados pratos.

Os cultivares de batata-doce, já registrados no Mapa, foram obtidos por meio de um processo de seleção de materiais oriundos de propriedades rurais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e da Estação Experimental de Ituporanga/Epagri. Em 2007, os melhores materiais foram avaliados na EEI e por tradicionais produtores de batata-doce de Santa Catarina. Estas avaliações constaram de análises agronômicas, comercial e sensorial das plantas e raízes. O cultivar SCS370 Luiza possui raiz elíptica, casca e polpa roxa-intensa e é rica em compostos fenólicos e antocianinas.  O cultivar SCS371 Katiy possui raiz alongada, casca roxa e polpa branca e é rica em vitamina C. O cultivar SCS372 Marina possui raiz rendonda-elíptica, casca roxa e polpa amarela e é rica em carotenoides.

Parte dos recursos para os dois estudos vieram da Chamada Pública Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação em Ciências Agrárias – FAPESC –  08/2009.

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