Com apoio da Fapesc e Fiesc, Hórus desenvolve drone catarinense

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) e da Fiesc, a Hórus Aeronoves produz o Isis, um drone com tecnologia catarinense. O equipamento foi desenvolvido para realizar uma sequência de fotos georreferenciadas da região sobrevoada e dessa forma é possível se obter um mapa em alta resolução da área de interesse. “A aeronave foi projetada para operar de forma autônoma, ou seja, a rota de voo é determinada por meio de GPS sem que seja necessário piloto para a operação”, explicam os sócios da empresa, os engenheiros mecânicos Fabrício Hertz, Lucas Bastos e Lucas Mondadori. Se você quiser assistir uma apresentação em vídeo do Isis, veja no final desta reportagem.

O equipamento desenvolvido pela Hórus é muito útil para o mapeamento em atividades ligadas à agricultura, mineração, empresas de engenharia, controle ambiental e florestal. Além da Fapesc e da Fiesc, o projeto contou com a parceria do Senai, Fundação Certi, Incubadora Celta, UFSC e Embrapa. A Hórus Aeronaves foi fundada em 2014, formada por três engenheiros mecânicos, com experiência em projetos aeronáuticos, a empresa tem sede no Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta). Ao longo do ano de 2014 a Hórus foi contemplada pelos programas de empreendedorismo Sinapse da Inovação IV, Senai Inovação e Inovativa Brasil. Por meio desses programas a empresa recebeu das instituições Fapesc e Fiesc R$ 700 mil em aporte financeiro aos projetos desenvolvidos.

O objetivo da empresa Hórus é disponibilizar uma nova solução em captação de imagens aéreas, monitoramento e mapeamento por meio de um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant). Desta maneira, a empresa desenvolveu de uma aeronave autônoma não tripulada, programada via GPS com câmeras de alta resolução, tornando possível a realização de diagnósticos precisos através de ortofotos (representação fotográfica de uma região da superfície terrestre, no qual todos os elementos apresentam a mesma escala, livre de erros e deformações, com a mesma validade de um plano cartográfico).

Atualmente a Agricultura de precisão tem se tornado imprescindível para garantir a maior eficiência das propriedades agrícolas e a redução no consumo de insumos, principalmente fertilizantes e pesticidas, que são produtos caros. Até então, nessa modalidade de agricultura, produtores têm recorrido a imagens aéreas capturadas por satélites e pequenos aviões para a identificação de focos de pragas ou variações na qualidade do solo para intervenções corretivas. Com o surgimento da tecnologia de aeronaves não tripuladas a captura de imagens se tornou um processo mais simples e menos dispendioso, além de permitir imagens de maior resolução, gerando mais informações confiáveis para agrônomos e agricultores.

No que concerne à Agricultura de precisão, imagens aéreas possibilitam a identificação de uma quantidade substancial de informações que, aliadas a uma técnica de geoprocessamento, são capazes de identificar com precisão doenças, falhas na plantação, plantas daninhas, deficiências hídricas, zoneamento de sítios homogêneos, monitoramento de culturas e estudos de conservação do solo, além de áreas atingidas por erosão e assoreamento de rios. Nesse sentido, os Vants (Veículos Aéreos não Tripulados) atuam como uma ferramenta complementar e auxiliam na aquisição de informações necessárias para a otimização do uso de insumos (i.e. fertilizantes e pesticidas) que antes eram aplicados em toda a propriedade e que agora podem ser aplicados pontualmente conforme a necessidade.

Conforme o Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação da USP, pela análise de áreas agrícolas em que os Vants já foram utilizados, o uso de informações coletadas e disponibilizadas por essas aeronaves autônomas permite um acréscimo de 15% a 20% na produtividade agrícola. Este aumento se dá principalmente pelo rápido controle de pragas, pela maior facilidade de detecção de áreas improdutivas, possibilitando a adoção de estratégias de intervenção que otimizem o uso de insumos e permitam ações pontuais de recuperação de lavouras. Considerando que o agronegócio corresponde a 22,8% do PIB nacional, que encerrou 2013 em R$ 1,02 trilhão conforme o balanço da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o aumento na produtividade do setor agrário no Brasil tem um impacto substancial na economia do país.

Nas atividades de geociências, onde são realizados trabalhos com especialistas em solo e por fotogrametria, feitas por aeronaves tripuladas, verifica-se que os Vants surgem como uma opção mais atrativa, substituindo os meios convencionais e permitindo uma redução de custos e de tempo de serviço. Essa nova tecnologia é mais segura, pois não precisa de piloto, eliminando o risco de possíveis erros humanos, e é financeiramente mais acessível aos usuários que atualmente dispendem valores altos com aluguel de um avião tripulado convencional para a captação de imagens aéreas.

A Hórus Aeronaves desenvolveu o Vant Isis, uma aeronave de baixo custo construída em fibra de carbono e materiais compostos, que dão resistência e reduzem o peso do Vant, adicionando mais tempo de voo à operação. A aeronave possui um sistema autônomo de voo, de forma que não necessita piloto em nenhuma das etapas de operação (decolagem, voo e pouso). Além disso, também não é necessário pista para decolagem ou pouso; a decolagem é feita por lançamento manual e o pouso em qualquer área com um espaço disponível de 10 metros de comprimento.

A portabilidade deste tipo de Vant é um fator importante, por isso o Isis vem em uma maleta, onde o equipamento é armazenado. A aeronave possui características as quais possibilitam que seja aplicada em atividades nas áreas de agricultura de precisão, mapeamento de regiões de difícil acesso, controle ambiental, entre outros. 

Assista ao vídeo de apresentação do Isis:

https://www.youtube.com/watch?v=-8J6Xz1e66g

 

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