Um novo processo para produção de vinho licoroso foi desenvolvido pela Vinícola Panceri, com sede em Tangará, em parceria com a EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). O projeto foi executado de 2010 até o fim de 2012 e recebeu financiamento da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
O objetivo do projeto era desenvolver tecnologia para desidratação de uvas a frio, em ambiente controlado, criando condições semelhantes ao processo natural que ocorre em regiões de nevasca. Existem outros métodos de produção de vinhos licorosos, e esse processo foi patenteado pela equipe. A EPAGRI participou do projeto nas etapas científicas, com análises fisico-químicas, avaliação da qualidade dos produtos no desenvolvimento do relatório final.
A diferença entre o vinho licoroso e um vinho fino “normal” ou tradicional é seu teor alcoólico superior a 14%. O vinho fino possui teor alcoólico entre 8 e 14%. “Para que o vinho licoroso alcance teor alcoólico superior a 14% vol., as uvas passaram por um processo de desidratação, o que causa a perda de água e concentração dos açúcares da uva, assim, havendo maiores teores alcoólicos durante a fermentação”, diz Carolina Panceri, filha dos donos da vinícola e tecnóloga em viticultura e enologia. O vinho licoroso deve ser consumido como aperitivo ou sobremesa, em pequenas doses.
Ainda estão realizados testes para adequação do produto ao mercado consumidor, e a avaliação do período de guarda está em andamento para que o produto tenha o prazo adequado de consumo. Também estão sendo desenvolvidos estudos de design e marketing para inserção do vinho licoroso no mercado, já que se trata de um produto inédito. Segundo Vinicius Caliari, pesquisador e gerente de pesquisas da EPAGRI Estação Experimental de Videira, “este projeto foi importante para o desenvolvimento do setor vinícola do nosso estado, que irá trazer divisas econômicas para SC e ainda fortalece o enoturismo e divulga o estado como local de inovação tecnológica”.
Fonte: Jéssica Trombini – FAPESC