Até o fim do ano que vem, a parceria do Senai com o Massachussets Institute od Technology (MIT), anunciada há dois anos, deve fazer um diagnóstico completo do ecossistema de inovação em Santa Catarina . O MIT, junto com a Sociedade Fraunhofer, liga-se à iniciativa nacional de criação de 26 institutos de inovação e 60 institutos de tecnologia pelo país, capitaneada pelo Senai, para aumentar a competitividade da indústria brasileira. Ao indicar os atores envolvidos no processo desenvolvimento de tecnologia para a indústria, será possível pensar em como fomentar a cultura de inovação dentro do Estado, conta o professor visitante do Centro de Performance Industrial do MIT Dr. Celson Pantoja Lima.
O professor palestrou nesta quinta-feira na sede da Fiesc, em Florianópolis, durante a Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense 2014. Na ocasião, falaram, também, Ardin Djalali, diretor MBA e Programas Internacionais da SIBE (School of International Business and Entrepreneurship) e Giovani Pasca Raymondo, presidente da Associação Italiana dos Historiadores do Design. O evento, que começou quarta-feira, termina hoje e debateu aspectos importantes para o futuro da indústria como qualidade de vida, educação, tecnologia, inovação e ambiente institucional.
Lima explica que em um sistema de inovação há vários atores, como a indústria, universidades, governo, empreendedores e entidades ligadas à transferência de tecnologia. Por trás disso, contudo, está a cultura de inovação que faz engatar esse processo. Para ele, Santa Catarina tem um grande potencial em inovação devido à indústria forte e diversificada. Florianópolis, por exemplo, deu um grande salto nos últimos trinta anos. Os concorrentes, contudo, estão dando saltos maiores. Faltam condições para que a indústria se desenvolva como investir na educação e criar a cultura de querer inovar.
— O que precisa é acabar as barreiras legais, preparar mais a educação, fortalecer a ligação da universidade com a indústria, ensinar a indústria a investir na universidade. Só isso já é muita coisa — diz.
Um dos fatores para proporcionar a inovação é poder arriscar e investir em uma ideia que terá um retorno apenas a longo prazo. Ele cita como exemplo a ideia do catarinense Vitor Pamplona, natural de Gaspar e fundador da startup EyeNetra, que desenvolveu um equipamento para detectar problemas de visão. O dispositivo de US$ 2 pode substituir outro equipamento com o custo de US$ 5 mil. A empresa que, por enquanto só criou protótipos do produto, já está avaliada em US$ 17 milhões.
O Senai SC está investindo R$ 230 milhões para os institutos do Estado. São dez de tecnologia, que atendem às demandas das empresas regionalmente, e três de inovação, com abrangência nacional.
O primeiro instituto de inovação da região começou a atuar em fevereiro deste ano em Joinville, no norte do Estado, como foco em desenvolvimento de sistemas de manufatura e nanotecnologia. Estão previstos ainda um instituto para tecnologia em laser, também em Joinville, e outro de sistemas embarcados.
Fonte: Diário Catarinense