Entre estes, está o de “Sistema de Plantio direto de base agroecológica para agricultura familiar no Estado do Pará”, desenvolvido em parceria entre a Emater-PA , Sagri-PA e UFPA.
Com início no mês de outubro do ano passado, o projeto vem sendo desenvolvido nos municípios de Altamira, na região da Transamazônica, e em Abaetetuba, no Baixo Tocantins, a fim de acabar com o sistema tradicional que vem sendo perpetuado no tempo.
“Nossa intenção é recuperar áreas degradadas, sem mecanização agrícola e sem utilização dos mencionados insumos modernos de produção, com o manejo da biomassa de leguminosas arbóreas em sistema de plantio direto e rotação de áreas e de culturas”, explica Otávio Manoel Nunes Lopes, pesquisador e coordenador do projeto.
De acordo com Otávio, os pequenos agricultores familiares paraenses, ao longo do tempo, vêm adotando um sistema de produção agrícola, especialmente de culturas alimentares (grãos e mandioca ) sem um mínimo carater de sustentabilidade, como por exemplo, o preparo de área para plantio, nômade e itinerante via derruba e queima e o cultivo das culturas sem uso de corretivos da acidez dos solos e de fertilizantes químicos.
“Esse fato, tem levado à degradação da vegetação e do solo, resultando em declínio acentuado da produtividade das culturas. Dessa forma, considerando-se a extrema dificuldade para a solução dessa problemática via química de solos, não acessível aos agricultores”, diz o coordenador.
No município de Altamira, região da Transamazônica, onde ocorrem solos de média à alta fertilidade, objetiva-se manter a fertilidade dos mesmos. Em 2009, foram implantadas parcelas experimentais de milho, no sistema tradicional do agricultor, obtendo-se uma produtividade de 2.500 kg/há, e parcelas com leguminosas guandu e Acacia mangium. E em Abaetetuba foram implantadas parcelas experimentais com a cultura da mandioca, no sistema tradicional do agricultor e parcelas com a leguminosa Inga edulis (ingá-cipó).
Este ano, segundo a coordenação, foi verificado um ano atípico na região, com períodos chuvosos e de estiagem severos, em contraste a ausência total de chuvas previsto para agôsto e dezembro, fato que retarda sobremaneira o desenvolvimento de mandioca e da leguminosa.
Por esta razão, explica Lopes, apenas em 2011 será feita a colheita de mandioca, a formação de palhada da leguminosa com sequente pantio de mandioca e a rotação de áreas e de cultura.
O projeto visa atingir cerca de cento e cinquenta famílias residentes na região da Transamazônica e mais duzentas, na do Baixo Tocantins. Todas formadas por pequenos agricultores familiares típicos da região, que terão como benefício a recuperação dessas áreas, a manutenção da fertilidade do solo e a paralização do sistema tradicional de derruba e queima.
Este ano devido à grande importância da agricultura familiar para o desenvolvimento deste setor em todo o estado do Pará, a Fapespa já programa um segundo edital.
Fonte: Ascom-Fapespa