O estudante de doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e bolsista do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), Guilherme Ortigara Longo, conseguiu o primeiro lugar com um trabalho apresentado no 43rd Benthic Ecology Meeting, na cidade de Jacksonville, Flórida, ocorrido em março de 2014. O brasileiro está no Georgia Institute of Technology, onde realiza estudos de ecologia química aquática, especialmente em recifes de coral.
O trabalho desenvolvido por Guilherme busca mostrar que algas que estão competindo quimicamente com corais podem ficar mais “saborosas” para os herbívoros, fato que acaba ajudando os corais a se livrar delas, beneficiando, assim, a saúde do recife como um todo. “Esse resultado é particularmente importante porque ressalta o papel dos herbívoros, como peixes e ouriços, na recuperação de recifes de coral. Eles controlam, potencialmente, as populações de algas e mantém colônias de corais mais saudáveis”, explica. O professor que trabalha com Guilherme nos EUA, Mark Hay, é um dos pioneiros no assunto.
Os resultados obtidos foram apresentados no encontro na Florida, uma das reuniões mais importantes do mundo para o estudo de organismos como macroalgas e invertebrados marinhos. “Minha participação foi fortemente incentivada pelo professor e apoiada pelo Georgia Institute of Technology. Certamente o fato de já estar nos EUA tornou possível minha participação neste congresso. O próximo passo é publicar um artigo científico com esses resultados como parte da minha tese de doutorado”, conta. Parte do projeto de Longo tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do SISBIOTA-Mar, a Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha.
Premiação no México
Guilherme Longo teve também outro trabalho premiado durante o doutorado-sanduíche. Foi em outubro de 2013, no 1º Congreso Panamericano de Arrecifes Coralinos, em Mérida, no México. “Apresentei os resultados de outro capítulo da minha tese de doutorado, desenvolvido inteiramente no Brasil, e o trabalho foi premiado com o terceiro lugar. Os resultados compõem a primeira avaliação integrada de ambientes recifais rasos do Atol das Rocas, incluindo dados sobre a cobertura de corais e algas, comunidade de peixes e processos ecológicos importantes como herbivoria”, lembra.
Este trabalho é um dos frutos da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha, contou com a participação de pesquisadores de diferentes instituições no Brasil e está sendo finalizado para publicação. Foi coordenado pelo orientador de Guilherme, Sergio Floeter, professor do Departamento de Ecologia e Zoologia na UFSC, responsável pelo Laboratório de Biogeografia e Macroecologia Marinha (LBMM). Além da bolsa para o doutorado-sanduíche nos Estados Unidos, Guilherme é bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no Brasil, como estudante de doutorado da UFSC.
Fonte: Agecom UFSC