Diante dos mais de 3500 focos de mosquito da dengue (Aedes aegypti) em Santa Catarina, torna-se indispensável o combate ao surgimento de novos focos. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, já foram registrados 1152 casos de dengue no estado só neste ano, sendo que 822 deles foram transmitidos dentro do território catarinense. O microempreendedor Juliano Baggio di Sopra, de Chapecó, e seus dois sócios na empresa Perspectiva, criaram o software Vigilantus para ajudar na gestão e prevenção da dengue e de outras zoonoses, com recursos do programa Sinapse da Inovação.
O Vigilantus reúne informações de reconhecimento geográfico que permitem cadastrar focos de transmissores de diversas doenças, localizar armadilhas, pontos estratégicos e denúncias. “Uma vez geolocalizadas (as informações), consegue-se obter uma avançada análise sobre os pontos de maior incidência e tratamento. Objetivamos futuramente criar uma ferramenta de controle de visitação, uma vez que o software tem condições de manter uma agenda de trabalho otimizada e atualizada para os agentes”, explica Juliano.
O software pode ser utilizado em tablets, celulares ou computadores, além de ser integrado com outros sistemas, a fim de acompanhar as informações. Os agentes de saúde vão inserir as informações, que ficarão disponíveis para a Administração Pública, a Vigilância Sanitária e a comunidade. Com o sistema, qualquer pessoa pode acompanhar a evolução da dengue na sua região, fazer denúncias e verificar as tentativas de visita e as ações tomadas.
Um dos objetivos do projeto é justamente aproximar o agente de saúde do cidadão, tentando conscientizá-lo de suas responsabilidades sociais via engajamento virtual. Ao disponibilizar as ferramentas analíticas, o sistema facilita a gestão e a colaboração entre toda a cadeia da vigilância sanitária. “Esperamos que desta mão-dupla saiam os principais indicadores positivos da implantação do software”, diz o criador do Vigilantus.
Para a administração pública, as informações geradas pelo sistema permitem maior segurança e facilidade na tomada de decisões, planejamento e execuções de ações. A prefeitura de Chapecó é parceira da empresa desde o início do desenvolvimento da ferramenta, e a testou nos últimos quatro meses. “Este processo já eliminou uma série de trabalhos burocráticos e otimizou os recursos humanos do setor. A confiabilidade e a fidedignidade dos dados aumentaram, possibilitando um melhor gerenciamento e assertividade nas tomadas de decisões. Com o próximo passo a ser implantado, pretendemos nos aproximar mais ainda da população e estabelecer canais diretos de comunicação”, relata Junir Lutinski, coordenador da Vigilância Ambiental de Chapecó.
O Sinapse da Inovação é promovido pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável e da FAPESC, com apoio do Sebrae/SC (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e executado pela Fundação CERTI. Desde 2008, já foram realizadas uma Operação Piloto na Grande Florianópolis e quatro em nível estadual. O programa vem identificando ideias inovadoras, e com potencial de se tornarem negócios de sucesso, oferecendo suporte financeiro para isso aconteça.
Fonte: Jéssica Trombini – Assessoria da FAPESC
