Ainda está repercutindo o encontro que reuniu em Lages, dois meses atrás, especialistas de países como Estados Unidos, Itália, Uruguai, Brasil e da Argentina. Durante dois dias, eles trocaram conhecimentos sobre a cultura da pereira e os resultados foram compilados nos anais produzidos pela UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina).
Neles, há artigos não só em português, mas também italiano, espanhol e outras línguas. Todos se referem a pesquisas científicas relacionadas à melhoria da produção e novos cultivares; doenças pós-colheita; amadurecimento; conservação e armazenamento; e potencial de mercado de peras.
No Brasil, apesar do grande consumo de peras (cerca de 160.000 ton/ano), a pereira não se destaca entre as frutíferas de maior expressão. A região sul do Brasil, principalmente a área serrana de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, tem potencial para o seu cultivo. Em Santa Catarina, apesar das iniciativas para o plantio da pera européia, a produção não evoluiu nos últimos 20 anos, pois as cultivares utilizadas não se adaptaram satisfatoriamente às condições climáticas da região. O cultivo em escala comercial de peras de alta qualidade continua ainda incipiente, de acordo com o Coordenador da V Reunião Técnica da Cultura da Pereira, Prof.Dr. Leo Rufato.
Apoiado pela FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), o evento realizado em novembro atraiu 200 participantes, fazendo a interação entre as entidades de pesquisa e ensino e do setor privado. Além da apresentação de resultados, o encontro serviu para definir novas estratégias de ação para o desenvolvimento da cultura de forma sustentável e economicamente viável.