Inovação versus desindustrialização

A inovação, como motor do desenvolvimento humano e econômico, quebra o círculo vicioso da desindustrialização por ausência de investimentos 

O processo de desindustrialização que atinge mais drasticamente os países de economia emergente, como o Brasil -até pelo nível de desigualdade entre os próprios países do grupo conhecido por Bric-, gera um novo fenômeno, que é a globalização da economia regional.

Ela exige, para sua sustentação, a capacidade inovadora de governos e da iniciativa privada nos quatro cantos do mundo.

A inovação, como motor do desenvolvimento econômico e humano, quebra os círculos viciosos da desindustrialização por falta de investimentos e de inovação e o de que a falta de investimentos reduz a possibilidade do setor produtivo de inovar para crescer.

Santa Catarina, Estado em que a economia sempre conheceu crescimento acima da média nacional, entre outras causas pela força histórica de seu empreendedorismo, não foge à regra e sofre, como o resto do país, com os efeitos da crise mundial. Para ficar em apenas três dos principais setores que projetaram Santa Catarina, somos atacados diretamente na indústria moveleira, de cerâmica e na têxtil.

E contra, notadamente, o preço e o volume da mão de obra chinesa e a forma como aquele país lida com sua moeda, ou agregamos aos nossos produtos diferenciais inovadores, ou sucumbiremos.

Por isso, a meta do governo Raimundo Colombo é elevar Santa Catarina ao estado máximo da inovação. Tivemos a oportunidade de apresentar à bancada catarinense no Congresso e ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, o projeto com o qual chegaremos lá, o Inova@SC. 

O objetivo é integrar as mais diversas iniciativas tecnológicas já existentes no Estado. Segundo levantamento da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico Sustentável e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), existem hoje 77 polos de inovação no Estado. Como o Sapiens Parque, visitado por Mercadante.

Vamos formatar um plano diretor de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com diagnósticos de competências já feitos em todo o Estado, apoiando a indústria tradicional e visando a atração de novas atividades econômicas da fronteira do conhecimento, nacionais e internacionais, como biofármacos, nanotecnologia, design. Até 2014, investiremos R$ 150 milhões no projeto.

Desenvolvemos programas especiais de formação de profissionais para a área de tecnologias da informação e comunicação, com currículos construídos em parcerias com as empresas que oferecem vagas -garantimos 80% de empregabilidade, promovendo o encontro da qualificação da vaga com a qualificação do profissional.

E estamos concluindo acordos com a Catalunha e com Portugal, nos quais a inovação não se dá apenas na tecnologia, mas também em processo e gestão. Se somos enfraquecidos, o país, pelo crescimento da importação de produtos acabados, agregar inovação nos nossos produtos e na formação de nossos profissionais é o caminho inteligente a ser tomado.

Por: Paulo Bornhausen, deputado federal licenciado (PSD-SC), é secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina. 

Fonte: Folha de S. Paulo – 20/12/2011

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