Um dos maiores experimentos científicos colaborativos da história, chamado CMS (Compact Muon Solenoid), organizado pelo maior laboratório de física de partículas do mundo, o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), conta com a participação da empresa catarinense Produza, referência na montagem de placas e produtos eletrônicos. A empresa será responsável pela montagem de placas para um novo módulo eletrônico do Calorímetro Hadrônico (HCAL), capaz de medir a energia das partículas (ionização).
De acordo com o físico Gilvan Alves, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), um dos parceiros do Cern no experimento, a terceirização da montagem das placas é uma forma de otimizar o processo e reduzir os custos. “O projeto e fabricação da placa de circuito impresso (PCB) é um dos trabalhos críticos. Por causa do alto número de interconexões entre os chips e a alta dose de radiação à qual as placas serão submetidas, escolhemos a empresa por ser mais preparada”, relata. No total, serão montadas cerca de 100 placas.
As placas montadas pela Produza serão utilizadas no calorímetro. Neste projeto, o CBPF, com a colaboração de pesquisadores da UERJ e do CEFET/RJ, é responsável pelo upgrade do modo eletrônico para leitura e digitalização dos dados dos detectores de partículas. As melhorias propostas são principalmente ligadas à eletrônica de transmissão de sinal e à aquisição de dados. Os cientistas irão usar esses dados para pesquisar novos fenômenos que vão ajudar a responder a perguntas como sobre a composição do Universo e as propriedades e comportamento das partículas já descobertas no LHC.
O CMS, em funcionamento desde o início de operação do LHC – maior acelerador de partículas do mundo -, no final do ano 2009, foi concebido para explorar os constituintes fundamentais da matéria, quarks e léptons, e suas interações. O experimento está a 100 metros abaixo do solo, na França, e é um dos maiores detectores de partículas do mundo, pesando 14.000 toneladas, ou cerca de 465 Boeings 737.
A Produza investe na produção de placas mais complexas, com componentes sensíveis, para volumes pequenos e médios. Com 55 funcionários e uma média 1,7 milhão de componentes produzidos ao mês, também investe na aproximação com outros instituições de pesquisa e empresas que atuam no desenvolvimento de hardwares e placas de circuito, o Instituto Eldorado, Fitec e Macnica DHW.
Fonte: Acate