O Ministério do Meio Ambiente lançou em setembro o primeiro dos cinco livros que tratam das “plantas para o futuro”, como se lê no subtítulo da obra Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Região Sul. O Ginseng brasileiro é abordado no volume pela pesquisadora Sílvia B. Lopes, coordenadora de projetos da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
O livro de quase mil páginas inaugura a série que trata das “plantas para o futuro” |
Com nome científico Pfaffia spp, o Ginseng brasileiro é uma planta medicinal com aplicações diversas: estimula a memória, combate artrite e artrose, ajuda a inibir o crescimento de células cancerosas, combater o estresse e a ativar a circulação, sem falar nas propriedades de frear a diarréia e diminuir tremores em idosos. Isso e muito mais tem sido aproveitado pela medicina popular.
“É uma planta bastante conhecida e tem bastante mercado, até fora do Brasil”, diz Sílvia. No artigo, ela acrescenta que “a tendência de comercialização é promissora”, tanto que esta variedade de Ginseng está na lista dos fitoterápicos mais importantes segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo. “A espécie pode substituir o Ginseng coreano, pois sua produtividade é facilmente executável em função do clima, solo e temperatura no Brasil.”
Sílvia já havia trabalhado com ervas medicinais num grupo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mostrando a grupos da terceira idade que a fitoterapia pode ser uma alternativa à alopatia, “sem dispensar os cuidados médicos”. Em Santa Catarina, acompanhou de perto os trabalhos com Plantas Medicinais desenvolvido pela UNISUL. Com esta bagagem e sua admissão na Fapesc, apareceu a possibilidade de representar a Fundação no PROBIO (Projeto de Conservação e utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira) e investigar melhor a biodiversidade sulina. Foram quase dois anos de estudos até a conclusão do capítulo que integra a obra de 933 páginas. Entre seus editores está o Prof. Ademir Reis, da UFSC, instituição que coordenou os trabalhos de identificação das espécies da flora no Estado. (Cada Estado tem um representante)
Sílvia B. Lopes é coordenadora de pesquisa da Fapesc |
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Sílvia é graduada em Direito e obteve grau de mestre com a dissertação “Pesquisa Científica Ambiental em Santa Catarina: Avaliação, Quantificação, Aplicação de Fomento e Apropriação da Pesquisa ambiental”, defendida em agosto. Acompanhou de perto os trabalhos com Plantas Medicinais da UNISUL e em 2006, na V Jornadas Catarinenses e I Jornada Internacional de Plantas Medicinais em Joinville participou dos debates sobre o tema. Estes eventos e sua experiência na área resultaram numa publicação patrocinada pela Fapesc.