Brisa Serrana é o primeiro clone bovino do mundo gerado de fêmea estéril

O nascimento da bezerra Brisa Serrana, na madrugada de 4 de setembro na Estação Experimental da Epagri de Lages, é o resultado de um trabalho de parceria entre a referida Estação e o Centro de Agroveterinária da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/UDESC), que teve início em 2008 com os trabalhos de conservação da raça Flamenga. No início foram priorizadas as coletas de embrião e a produção in vitro de embriões. Como resultado, ocorreu o nascimento de diversos animais, tanto por transferência de embriões como por Fertilização In Vitro (FIV). O nascimento de Brisa Serrana é o primeiro caso descrito em todo o mundo de clonagem de uma fêmea estéril que resulta num clone fértil. “A Epagri se orgulha de participar desse significativo avanço do conhecimento científico”, declarou o presidente da Epagri, Luiz Ademir Hessmann lembrando que a bezerra resultará em um importante ganho de variabilidade genética para a raça Flamenga, que produz leite e carne em proporções equilibradas, com rusticidade.


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O pesquisador da Estação Experimental de Lages, Fabiano Zago, que trabalhou no projeto junto com o professor da CAV/UDESC, Alceu Mezzalira revela que, em função do reduzido número de animais da raça Flamenga e pelo fato de existir uma fêmea usada como modelo biológico, com aproximadamente 20 anos, estéril em função de ser portadora de free martinismo, optou-se por clonar este animal como forma de resgatar seu genótipo. “Desde então três seções de clonagem foram conduzidas, buscando o nascimento de uma fêmea fértil”, explicou Zago. Na primeira seção (2010) 12 vacas receberam embriões clones, resultando em 9 gestações, uma das quais resultou no nascimento de uma bezerra (Primavera), aos 252 dias de gestação. A fêmea sobreviveu por cerca de dez minutos já que apresentava uma série de patologias. A partir deste resultado promissor, uma nova seção de clones foi realizada. Novamente 12 vacas receberam embriões clones, das quais duas resultaram gestantes. Uma das receptoras abortou uma bezerra aparentemente normal, aos 252 dias de gestação. “Persistimos nas tentativas e realizamos uma terceira seção de clonagem com oito vacas recebendo embriões clones, resultando numa gestação que, neste dia 4 de setembro, culminou com o nascimento por meio de uma cesariana, da Brisa Serrana, pesando 47 Kg e com aparente normalidade de todos os aspectos fisiológicos”, comemora Zago.


O gerente da Estação Experimental de Lages, Vilmar Francisco Zardo informa que o objetivo do Projeto de Recuperação da Raça Flamenga desenvolvido na Estação busca resgatar o único rebanho puro da raça Flamenga no Brasil. “É uma boa produtora de leite e também de terneiros para o abate, se inserindo perfeitamente no modelo de agricultura de Santa Catarina, que é o da pequena agricultura familiar. A raça Flamenga também pode ser usada com grande sucesso em cruzamentos, onde se busca aumentar a habilidade materna das fêmeas, pelas características de facilidade de parto, fertilidade alta e longevidade, além de sua boa produção leiteira”, destacou Zardo.


Fonte: Fabiano Zago/Epagri/Estação Experimental de Lages, no telefone: (49 – 3224-4400), e-mail: zago@epagri.sc.gov.br


Mais informações: Márcia C. Sampaio/Epagri/Florianópolis, no telefone: (48 – 3665-5036), celular: (48 – 9602-0989), e-mail: marcias@epagri.sc.gov.br
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