Conchas de ostras e mariscos são transformadas em blocos para a construção civil no projeto Bloco Verde da empresa Blocaus Pré-Fabricados, de Biguaçu, contemplado pelo Programa de Subvenção à Inovação em Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (PAPPE). “A utilização dos resíduos da maricultura evita que eles sejam depositados em restingas e a beira mar ou em quaisquer terrenos, e com isso causando sérios problemas ambientais”, conta Bernadete Batista, engenheira ambiental da Blocaus e criadora do projeto.
O material substitui grande parte da areia e do concreto utilizados para produção dos blocos, tornando-os mais leves do que os comuns, e com melhores resultados acústicos. Gilberto Montibeller Filho, coordenador de projetos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), analisou as contribuições econômicas do Bloco Verde e garante que “o novo produto é mais resistente e mais barato para a construção civil e pavimentação de ruas”. Batista explica que os blocos podem ter utilização variada, um exemplo é a pavimentação da calçada da Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis.
A matéria-prima é obtida da produção de moluscos em São José (SC), através de um convênio entre a Blocaus e a Fundação do Meio Ambiente do município. O órgão da prefeitura se encarrega de coletar os restos da maricultura e transportá-los até a empresa, onde são estocados e passam por um processo de lavagem (com reaproveitamento de água da chuva) e dessalinização, antes de serem triturados.
O Bloco Verde está no mercado desde março de 2013 e foi reconhecido internacionalmente, rendendo à Blocaus 18 prêmios ambientais. Batista afirma que a técnica para produção dos blocos está sendo aprimorada e que novos produtos estão sendo desenvolvidos, e completa: “nada disso seria possível se o projeto não tivesse sido contemplado por subvenção econômica do PAPPE e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos)”. A engenheira afirma que já está preparando novos pedidos de fomento à FAPESC.
Fonte: Jéssica Trombini/FAPESC