O Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina (IFF-SC) serve de modelo para um levantamento parecido, a ser feito em todo território nacional até o final de 2016. Além de ter sido o primeiro estado a terminar o inventário, em 2012, Santa Catarina também se destacou por refinar a metodologia sugerida pelo Serviço Brasileiro Florestal (SBF), segundo Daniel Piotto, gerente de Informações Florestais deste órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. “O SBF usa o exemplo de Santa Catarina como caso exitoso por ter feito um trabalho de excelência e gerado dados de muito boa qualidade. Isso tem ajudado a convencer outros estados a implementar seus inventários”, disse Piotto, num evento que reuniu autoridades e pesquisadores hoje (15), em Florianópolis.
O IFF-SC resultou de quase 5 anos de trabalho de aproximadamente 150 pessoas (biólogos, agrônomos, engenheiros florestais etc). O levantamento foi coordenado pela FURB (Fundação Universidade Regional de Blumenau), cujo reitor, João Natel Pollonio Machado, prestigiou o encontro desta segunda-feira por considerar o estudo “algo muito prático que fizemos para a sociedade”.
Realizado em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e a Epagri
(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), o IFF-SC foi
quase totalmente financiado pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do
Estado de Santa Catarina), que também bancou a produção de 6 livros para disseminar as
conclusões do levantamento. Somando os recursos para a pesquisa e sua divulgação, o
total se aproxima dos R$5 milhões, um dos maiores volumes aplicado num só projeto,
conforme dito pelo presidente da Fapesc, Sergio Gargioni, na abertura da reunião.
Nela, estiveram presentes todos os coordenadores das 5 metas do IFF-SC, que resumiram alguns resultados, divulgados também por meio de folhetos e seminários em cidades como Blumenau e Florianópolis. A meta 1, por exemplo, previa a informatização e integração dos herbários catarinenses, e foi plenamente cumprida. “Qualquer um pode acessar os dados em qualquer lugar do mundo”, explica Alexander Vibrans, professor da Furb que coordenou o IFF-SC. “Diversos herbários já solicitaram o software (Herbaria 3.1), que é disponibilizado gratuitamente porque foi desenvolvido com dinheiro público”. Agora ele defende novos investimentos para transformar o projeto em programa de governo, permitindo o monitoramento dinâmico da vegetação, o bom uso do solo e de recursos florestais, entre outros objetivos. Modos de operacionalizar a continuidade dos estudos foram discutidos nesta tarde e serão avaliados pela Fapesc e seus parceiros federais no fomento à pesquisa.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Fapesc