A ciência na ordem do dia

15.07.2010
Artigo de Odenildo Teixeira Sena, Secretário de Ciência e Tecnologia e Diretor-Presidente da FAPEAM – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas.

Qual país mais investe em Ciência, Tecnologia e Inovação? Onde estão concentradas as maiores e melhores universidades do mundo? Onde está concentrada a maior densidade de capital intelectual do mundo? Onde estão os maiores centros de pesquisa avançada do mundo? Qual país registra o maior número de patentes e processos inovadores? Em função desses ingredientes, qual o país mais poderoso do mundo? Para estas e outras perguntas de igual natureza, a resposta é conhecida: EUA.

Já em se tratando do Brasil e para as mesmas perguntas, a resposta também é de todos conhecida: São Paulo. Neste caso, sem entrar no mérito das razões que contribuíram para transformar aquele estado em referência de tal porte, é indiscutível o fato de que, na soma dos ingredientes elencados, está a chave de tudo. Trago isso à tona por várias razões.

Trata-se, inicialmente, de reflexão que precisa estar sempre na ordem do dia, para não nos esquecermos de que, se sonhamos com um país social e economicamente desenvolvido, soberano e dono de seu rumo, não há outra saída senão fincar pé nessa trajetória. Afinal, os exemplos estão escancarados diante de nós.

Trata-se, também, de lembrar que, nos últimos anos, o Brasil vive um clima extremamente favorável de fortes investimentos em C,T&I que não podem, sob qualquer hipótese, sofrer descontinuidade, sob pena de retrocessos dos mais nefastos para o país. E o grande aspecto novidadeiro desses investimentos está na desconcentração de recursos para as regiões menos desenvolvidas. Trata-se, por fim, de destacar que semelhante clima vive o Amazonas, com indicadores que já colocam o estado na linha de frente da corrida no avanço da ciência.

Entre 2002 e 2008, só pra ficar em um exemplo, segundo dados do CNPq, se a Região Norte foi a que mais avançou em número de doutores (149%), o Amazonas foi o estado que mais cresceu nesse item (146%), à frente, inclusive, de estados da Região Sudeste como S. Paulo, que ficou com 83%. A propósito, de todos os grandes estados da federação, o Amazonas perdeu apenas para a Bahia, que avançou 202%.

Aqui, sem dúvida, já se tem um pouco dos impactos da presença da Fapeam, que no último mês contabilizou investimentos na formação de exatos 500 novos doutores, dos quais 121 já titulados e desenvolvendo atividades em nossas instituições de ensino e pesquisa. Trata-se de uma vitória que merece ser comemorada por todos, mas sem perder a perspectiva de que, se é muito para o que não tínhamos, é pouco, ainda, para o de que efetivamente precisamos.

Fonte: Fapeam

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