Estado que sediará a XIII Conferência Anpei, em junho, constrói seu sistema de inovação
Ainda este ano as empresas do Espírito Santo deverão contar com recursos do Estado para apoiar seus projetos de inovação. O fundo, criado pela Lei de Inovação estadual, deverá ter R$ 30 milhões e será gerido pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), que também vai publicar os editais do processo de seleção. O Estado foi escolhido para abrigar a XIII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, que será realizada entre os dias 3 e 5 de junho, no Centro de Convenções de Vitória, capital do Espírito Santo. O tema geral do evento é “Inovação Competitiva e Aberta: Transformando o Brasil”.
“Temos visto, nos últimos dois anos, principalmente, que o tema da inovação vem sendo abordado constantemente dentro das estruturas de governo e também nas empresas de pequeno, médio e grande porte em nosso Estado”, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI), Jadir Péla, que acaba de ser eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti). “A Anpei, com a realização da XIII Conferência em Vitória, vem para somar esforços na tarefa de colocar a importância do tema da inovação e das atividades de pesquisa e desenvolvimento para empresas e governo”, aponta. A SECTTI é uma das apoiadoras da XIII Conferência Anpei.
Parte importante desse movimento pró inovação no Espírito Santo é a criação da legislação e o aporte de recursos financeiros específicos para essa atividade. Segundo o secretário, a regulamentação do Fundo de Inovação deve ser concluída ainda em março. “A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes) já coloca recursos não reembolsáveis em editais para pesquisa, desenvolvimento e inovação, mas ela financia até a fase de protótipo”, explica. “Passada a fase de protótipo, estamos falando de negócios, e aí entram os recursos do Fundo de Inovação”, acrescenta.
Além disso, o Estado conta com o Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec) e o Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia (Concitec). O Funcitec é a fonte de recursos da Fapes. Já o Concitec, vinculado à Secretaria e formado por 13 entidades relacionadas ao tema ciência, tecnologia e inovação, vem operando regularmente e vai trabalhar na aprovação da regulamentação do Fundo de Inovação.
A economia do Estado, de acordo com Jadir Péla, é baseada em empresas ligadas a produção de commodities, como celulose, rochas ornamentais e café, dependente do mercado externo. “Mas são setores que sentem uma necessidade cada vez maior de inovar”, aponta. O Espírito Santo é um dos maiores produtores mundiais de café conilon, por exemplo. “Se não inovarmos, a tendência é perder mercado, justamente em uma atividade que é muito desenvolvida no Estado”, diz. “Podemos pensar em vender a saca de café, mas por que não inovar e criar uma cerveja, uma cachaça, um sorvete ou um energético do café?”
“Por outro lado, o Espírito Santo tem um conjunto de pequenas e micro empresas surgindo na área de Tecnologia da Informação e Comunicação”, aponta. Um exemplo é a Geocontrol, empresa de Vitória que desenvolveu um computador móvel, que pode ser interligado via Internet com vários sistemas, tais como: Detran, Polícia Civil, entre outros, e permite a obtenção de informações e dados on-line, agilizando o trabalho da polícia. O sistema foi adotado pela Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo e tem sido comercializado para outros Estados, segundo o secretário.
“Esse conjunto de pequenas empresas apresentam características e demandas diferentes daquelas ligadas à produção de commodities. O nosso Fundo de Inovação estará olhando muito para a microempresa, especialmente esse conjunto de empresas nascentes em TIC”, conta. O Estado tem perspectivas positivas. “Temos mais de R$ 100 bilhões de investimentos previstos para até 2017. É o maior investimento per capita do Brasil”, comemora.
“O Espírito Santo tem como diferencial em relação a outros Estados a integração entre as instituições. Estamos muito próximos, todos se conhecem porque o Estado é pequeno”, destaca. Além disso, o Estado está implantando um parque tecnológico, desenvolvendo um polo de inovação e uma rede de incubadoras. “É um conjunto de ações que está em processo inicial, mas com muita perspectiva de crescimento e desenvolvimento”, finaliza.
Fonte:
Claudia Barretto
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