Com qualificação profissional e apoio de entidades públicas e privadas, agricultoras do sul catarinense produzem artesanato a partir da fibra da taboa e conquistam mercado exigente.
A taboa é uma planta aquática que está espalhada em todo o mundo. Ela cresce em locais úmidos como brejos, manguezais, várzeas e chega até a ser considerada um inço. Mas, no sul do Estado, a planta sai dos banhados e nas mãos das agriculturas transforma-se em artesanato diversificado e de qualidade. São bolsas, cestas, chapéus, chinelos, além de peças para decorar a casa.
Com a fibra da taboa é possível produzir muitas peças já que ela é macia e pode ser trabalhada com facilidade. Outra vantagem da matéria-prima é a resistência, o que conta muito para a durabilidade do artesanato. A agricultora e artesã Ieda Zeferino, do município de Passo de Torres, diz que depois de colher a taboa é preciso deixá-la ao sol para secar. “No verão, com tempo bom, em duas semanas dá para deixar a fibra pronta para o artesanato. Isso se fizer tempo bom”, explica a agricultora.
Em Passo de Torres, as agricultoras formaram o grupo Passos de Fibra e há dois anos se dedicam ao artesanato. A cada ano, elas conquistam novos mercados, resultado do empenho do grupo e do apoio recebido.
A extensionista da Epagri Marinesa Silveira ajuda e orientas as mulheres para a melhoria da qualidade do artesanato e venda do produto. “Dentro da extensão rural, nós trabalhamos com as mulheres para que se organizem e tenham mais renda no campo, melhorando assim, a qualidade de vida”, conta Marinesa, revelando que o artesanato com a fibra da taboa é histórico no município e com o Microbacias 2 foi resgatada essa identidade. “Com o apoio da Prefeitura e orientação do Sebrae na área de design, hoje as agricultoras estão qualificadas e com boas oportunidades de trabalho”, ressalta a extensionista.
No município de Praia Grande, o artesanato com a fibra da taboa também é prioridade em vários grupos de agricultoras: Itaimbé Artes e Caminho das Fibras são dois exemplos. Lá, a taboa é matéria-prima valiosa na confecção de chinelos, que fazem sucesso no mercado, e até mesmo na produção de papel. O material é usado na confecção de agendas, álbuns para fotografias, capas, etiquetas e convites.
Os grupos receberam assessoria do Sebrae na criação de design dos produtos e na área de comercialização, além do apoio da Epagri, Prefeitura, Microbacias 2 e ACEVAM – Associação dos Colonos Ecologistas do Vale do Mampituba.
Mais informações: Epagri de Passo de Torres com extensionista Marinesa Aparecida Silveira emptorres@epagri.sc.gov.br – telefone (48) 3548 0666
Epagri de Praia Grande com extensionista Maria Bernadete Perius empraiagrande@epagri.sc.gov.br – telefone (48) 3532 0211
Matéria elaborada por Eonir T. Malgaresi/Epagri/Florianópolis