O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deve publicar em março edital para a oferta de 12 mil bolsas de iniciação científica do programa Pró-Engenharia. As bolsas serão destinadas a estudantes de graduação de engenharia, alunos do ensino médio (iniciação científica júnior) e a professores orientadores de todo o país, preferencialmente em instituições das regiões Norte e Nordeste. Segundo o CNPq, o investimento de R$ 24 milhões vai permitir dobrar o número de bolsas disponíveis atualmente (6 mil). A iniciativa é feita em parceria com a mineradora Vale.
A falta de engenheiros é reconhecida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) como um gargalo para dar sustentabilidade ao provável crescimento econômico dos próximos anos. A meta é aumentar o número de formados em 60% até 2014.Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que apenas 35% dos engenheiros formados estão trabalhando na área. Segundo o diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Guilherme Sales Melo, faltam no mercado de trabalho especialmente engenheiros civis, de minas, de petróleo e gás, navais e de computação.
Ele destacou que não é possível remanejar esses profissionais e, por isso, “é mais fácil pegar novos engenheiros”. Por este motivo, o CNPq decidiu incluir os alunos do ensino médio no programa. “É para que os estudantes trabalhem com professores universitários, despertem interesse, brilhem os olhos e digam ‘é isso que eu quero’”, completou Mello.