Frutas com melhor qualidade para Santa Catarina

Uma pesquisa realizada pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) pretende gerar frutas de caroço que apresentem vantagens em relação às atualmente cultivadas no estado, principalmente em termos de resistência às doenças, adaptações ao clima e qualidade dos frutos.

Santa Catarina é um dos principais produtores de ameixas, pêssegos e nectarinas, sendo superada apenas pelo Rio Grande do Sul. No entanto, a produção dessas frutas diminuiu devido à falta de espécies que se adaptem ao solo catarinense; as existentes foram lançadas há mais de 20 anos e são poucas as variedades existentes atualmente.

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Pêssego com polpa de duas cores é uma nova variedade de fruta desenvolvida pela pesquisa.

 

A criação de novas variedades de frutas de caroço é o objeto principal do estudo realizado nas estações experimentais da Epagri nas cidades de Videira, Urussanga e São Joaquim, por uma equipe coordenada pelo Dr. Marco Antonio Dalbó.

 

Os trabalhos iniciaram na década de 1990, porém ganharam impulso em 2010 quando o projeto recebeu apoio financeiro da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). “O investimento cobre apenas uma etapa de trabalho, já que é um processo contínuo. Entretanto, o projeto permitiu dar outro dinamismo ao programa e alcançar metas mais ambiciosas, como  a inclusão de trabalhos em nível molecular, com marcadores baseados em DNA”, explica Dalbó.


 

Resultados positivos

Um dos grandes esforços na agricultura é o combate a doenças causadas por vírus e bactérias em plantas. As ameixeiras, por exemplo, sofrem com um tipo de bactéria chamada Xylella fastidiosa, que causa a morte precoce da planta. A pesquisa conseguiu produzir um melhoramento genético altamente resistente a este tipo de praga e estudos de viabilidade comercial estão sendo realizados para introduzir as novas espécies no mercado.

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Novas variedades de pêssego, ameixa e nectarina estão sendo desenvolvidas.

 

Cinco cultivares de pêssego devem ser registradas e lançadas ainda neste ano. Também existem dezenas de outras variedades que estão em testes para verificar a possibilidade de produção e desenvolver uma metodologia que permitirá proteger cultivares de pêssego e ameixa.

 

Dalbó explica que os resultados demoram a aparecer, mas possivelmente os produtores catarinenses usem menos agrotóxicos e ainda assim as plantas tenham menos problemas com doenças, mais qualidade e maior competitividade.

 “O período de execução do projeto financiado pela Fapesc se encerra neste ano, mas o programa de melhoramento genético irá continuar. Muitos materiais que foram gerados durante a execução do projeto levarão alguns anos para serem testados e, eventualmente, se tornarão cultivares comerciais. Teremos que novamente buscar financiamento para que os trabalhos continuem no mesmo ritmo em que estão sendo tocados atualmente”, finaliza o pesquisador.

Marco Antonio Dalbó é PhD. em Fruticultura/ Melhoramento genético, engenheiro agrônomo e pesquisador da estação experimental de Videira – SC da Epagri.

Por Joel Pereira. Estagiário de Comunicação da Fapesc.

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