Em vigência até o fim de 2015, o projeto “Desenvolvimento da Pecuária de Corte na Serra Catarinense” valoriza a atividade na região e agrega valor à carne por meio de tecnologias de baixo impacto ambiental. Também chamado de Programa de Produção Integrada Campos das Tropas, teve início em janeiro de 2012 e já recebeu R$ 694 mil da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). Até agora deu origem a três subprojetos: Produção integrada para organização da cadeia da carne, Unidades de Referência Tecnológica e REPROTEC (Rede de Propriedades de Referência Tecnológica).
Uma das funções da produção integrada é validar a NTE (Norma Técnica Específica) para bovinocultura de corte nas propriedades que fazem parte do projeto. “A produção integrada foi uma proposta do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) feita em 2007 à Associação Rural de Lages, para que nossa região escrevesse a NTE que regerá este programa no país, a qual depende de validação nas propriedades, que está em andamento”, explica Caroline Ribeiro, coordenadora do SAPI (Sistema Agropecuário de Produção Integrada).
Novilhos de 15 meses (divulgação/Campos das Tropas)
A norma técnica determina como todas as propriedades devem trabalhar, produzindo carne de uma mesma forma. Sua criação busca aumentar a produtividade, melhorando a renda dos produtores e agregando à carne um valor de 12% sobre o preço de mercado. “A sustentabilidade é o carro chefe desta NTE: produzir ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável”, diz a coordenadora do SAPI.
Em paralelo a essa atividade, o SAPI está implantando as chamadas Boas Práticas Agropecuárias, formato de trabalho instituído pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em que é checada uma lista de itens nas propriedades, a fim de melhorá-las e adequando-as para que se tornem sustentáveis. Outras ações previstas são palestras, viagens técnicas, visitas às propriedades e dias de campo.
A comercialização das carnes produzidas no projeto começou em 2013, com a venda de cinco animais abatidos por semana a um supermercado de Lages. Em 2014, a venda aumentou para 15 animais por semana, com dois supermercados clientes, e a estimativa vender 25 animais semanalmente neste ano. Os produtos levam o selo Campos das Tropas, indicando a procedência e garantindo a qualidade.
Os produtores pretendem conquistar mercados fora de Lages, como Florianópolis ou Blumenau, por terem consumidores com maior poder aquisitivo, já que esta carne tem preço acima da média. Seu valor se deve ao fato de que os animais são precoces, com até 26 meses de idade. Além disso, os bovinos são provenientes de cruzas britânicas (Hereford, Angus ou Devon) e criados em pasto nativo com engorda a pasto cultivado, fatores que conferem mais sabor e maciez. “Hoje o nosso consumidor é fiel e exigente, depois que experimenta esta carne a pasto, não compra mais outra”, afirma Caroline.
Fonte: Jéssica Trombini – FAPESC