A cadeia produtiva do segmento de proteína animal em Santa Catarina está aperfeiçoando o sistema de rastreabilidade. Esse esforço aumenta a credibilidade do parque agroindustrial catarinense, respeitado e reconhecido no mercado mundial, observa o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila.
A rastreabilidade permite capturar, armazenar e relacionar desde o provedor de insumos e matérias-primas, produtores, cooperativas singulares, até as unidades industriais, a logística e o transporte, as unidades de venda e os consumidores. Um fluxo com registro, identificação e transmissão de informações permite conhecer a procedência, o produto e sua localização. Trata-se de um monitoramento seguro e completo com registro dos estabelecimentos, das movimentações e das operações, obedecendo normas internacionais.
Ávila observa que “rastreabilidade é uma ferramenta permanente para aplicação ocasional que está relacionada com a eficiência logística e de processos, com qualidade e alimento seguro e constitui-se em diferencial competitivo”.
O presidente da Acavmostra que a adoção da rastreabilidade serve de apoio para a prevenção de problemas, proporciona informação dentro da empresa para facilitar o controle de processos e a gestão, identifica a origem e a responsabilidade dos problemas. Além disso, fideliza consumidores e assegura a qualidade e a certificação dos produtos.
Como está o projeto de evolução tecnológica do sistema de rastreabilidade para a cadeia produtiva de proteína animal?
Clever Pirola Ávila – A agroindústria catarinense já possui rastreabilidade da sua cadeia produtiva e por isso a qualquer momento podemos afirmar com precisão o que compõe o produto e em que momento foi aplicado qualquer ingrediente que foi usado na cadeia. Estamos, com a coordenação da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), desenhando um salto tecnológico para o sistema de rastreabilidade – do produtor, passando para agroindústria e chegando até o destino final do produto.
Quando deve iniciar e ser concluído?
Ávila – O processo de debate tecnológico – envolvendo universidades e empresas de ponta na área tecnológica catarinenses – já iniciou. O novo sistema tecnológico será modulado e, portanto, teremos implantações operando dentro de um ano e os módulos finais em três anos.
Quais as empresas que participarão?
Ávila – Sendo um sistema estadual conectado a base de dados da União federal, o que ocorre é a rastreabilidade de todo o ciclo produtivo, envolvendo produtores empresários rurais, agroindústrias em geral e entidades governamentais do Estado de Santa Catarina e da Federação.
Quantos produtores em quantos municípios serão envolvidos?
Ávila – Todos os municípios que tiverem atividades produtivas para proteína animal estão envolvidos. Milhares de estabelecimentos rurais com milhares de criatórios de aves, suínos e bovinos. A rastreabilidade atinge todas as atividades produtivas em proteína animal.
Qual a metodologia é adotada? Haverá indexação por animal, por lote, ou por propriedade rural?
Ávila – Dependendo da proteína animal há uma metodologia específica já aplicada – alguns são individuais e outros por lote.
Qual deve ser o investimento total das empresas nesse processo?
Ávila- Os investimentos serão em conjunto,com recursos da iniciativa privada e do Estado de Santa Catarina.
Os mercados já estão exigindo a rastreabilidade?
Ávila – Rastreabilidade é aplicada na nossa cadeia produtiva há mais de uma década, e é usada na produção – independente de mercados. O que estamos fazendo é uma evolução tecnológica baseada em tecnologias já disponíveis e aplicadas.
Isso representará conquista de novos mercados, segurança sanitária ou apenas aumento do controle das diversas fases de produção?
Ávila – Isso representa mais uma diferenciação de nosso Estado em inovação e pioneirismo no Brasil, o que já se tornou uma prática neste campo.
Fonte: Avicultura Industrial