Estimular o uso de plantas medicinais como terapia coadjuvante do diabetes tipo 2 é o objetivo de um estudo reconhecido como o melhor trabalho no VII Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional, realizado em São Paulo, em setembro de 2011. Ele foi desenvolvido pelo Curso de Nutrição em parceria com o Curso de Farmácia e Mestrado em Ciências Farmacêuticas da UNIVALI no Seminário de Avaliação do Programa de Pesquisa para o SUS, promovido nesta semana pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
Na primeira etapa do estudo, foram entrevistados 151 diabéticos residentes no Vale do Itajaí, com idade média de 61 anos. Destes, 60% disseram ter muito interesse nas propriedades terapêuticas das plantas, mas apenas 29% as usavam (em geral amora branca, pata-de-vaca, jambolão e carqueja). Em 80% dos casos, as plantas medicinais haviam sido indicadas por amigos ou parentes dos entrevistados; menos de 12% das vezes eram dicas de profissionais da área de saúde. Mas seriam justamente nutricionistas, médicos e farmacêuticos que teriam as melhores credenciais para orientar o aproveitamento dos princípios ativos vegetais mediante o preparo de chás, além de evitar doses tóxicas e outros eventuais malefícios da fitoterapia – ela nem sempre pode beneficiar mulheres grávidas, por exemplo.
Por isso o treinamento de agentes de saúde na área foi sugerido nas conclusões do trabalho, que resultou em oficinas sobre o uso adequado de plantas medicinais e na elaboração do Guia Prático Ilustrado sobre Plantas Medicinais com atividade hipoglicemiante (com capacidade para reduzir o açúcar no sangue).
A segunda etapa da pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética da UNIVALI, teve por objetivo estudar o efeito de três plantas sobre o Diabetes Mellitus induzido em ratos. Os animais tiveram o diabetes do tipo 2 induzido por uma dieta rica em gordura e foram tratados com plantas encontradas no litoral catarinense: Garcinia achachairei, Myrciaria glazioreiana e Eugenia umbelliflora. A última foi a que mais reduziu os sinais clínicos dos ratos doentes.
O projeto intitulado Avaliação do potencial anti-diabetogênico das plantas selecionadas da flora catarinense e promoção da saúde e da educação por meio de plantas medicinais para indivíduos com Diabetes Mellitus atendidos em Itajaí não só foi premiado no congresso internacional e rendeu 3 trabalhos de conclusão no curso de Nutrição da UNIVALI. “Ele veio fomentar uma linha de pesquisa em fitoquímica e beneficiou diretamente as pessoas participantes do estudo”, acrescenta sua coordenadora, Sandra Soares Melo. Ela pode dar detalhes pelo e-mail ssmelo@gmail.com ou pelo fone do Laboratório de Nutrição Experimental da UNIVALI (47) 3341-7952.
Para saber mais sobre o Seminário de Avaliação do Programa de Pesquisa para o SUS, fale com Fernanda Beduschi Antoniolli, fone 3665-4855, e-mail fernanda@fapesc.sc.gov.br.
Fonte: Assessoria de imprensa da Fapesc