Desastres de trânsito e ferimentos com arma de fogo são, hoje, os maiores causadores de traumas na medula óssea em pessoas entre 20 e 40 anos de idade em Santa Catarina. Mergulhos em águas rasas e acidentes de trabalho também provocam lesões medulares, conforme pesquisa realizada por uma equipe de 15 profissionais e coordenada pela Doutora em Enfermagem Soraia Dorneles Schoeller.
O estudo tem como objetivo mostrar a realidade dos pacientes com esta deficiência em Florianópolis, e tem apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC e da Secretaria do Estado da Saúde – SES. Segundo ele, 2% da população brasileira possui algum tipo de lesão medular, ou seja, a cada um milhão de habitantes, 50 brasileiros sofrem com o mal.
Intitulada “Alteração Física e Independência Funcional Tardia em Pessoas com Lesão Medular ASIA (A)”, a pesquisa teve início em janeiro de 2011, porém o interesse na temática surgiu anteriormente, em grupos de estudos do curso de enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
O intuito da pesquisa é abranger apenas uma parcela dos deficientes, especificamente os caracterizados com “A” na escala da American Spinal Injury Association – ASIA, uma classificação Neurológica de Lesão Modular, que varia entre “A” e “E”, dependendo do grau de complexibilidade. “A” indica uma lesão completa em que não existe função motora e sensitiva nos segmentos medulares abaixo da lesão, incluindo os segmentos sacrais.
Para a Doutora, a questão motora não é o principal problema para pessoas com esse tipo de deficiência. Complicações nas funções urinária, intestinal, pulmonar e o convívio social também devem ser levados em consideração.
Outros pontos de relevância apontados na pesquisa são a falta de acessibilidade para cadeirantes na Ilha de Santa Catarina, a infra-estrutura hospitalar para atendimento de reabilitação e a recuperação físico-funcional tardia dos pacientes. O sul do Brasil não possui centros de referências para o tratamento e muitos dos pacientes estão sendo tratados em Brasília e outras regiões do país, o que torna elevado os custos.
A conclusão do projeto está prevista para dezembro deste ano. Dessa forma, a equipe pretende realizar publicações de artigos, elaborar um protocolo de atendimento com diminuição de gastos hospitalares, assim como promover o respeito ao portador de necessidades especiais, tornando o assunto conhecido entre públicos de todos os níveis sociais.
Este e outros projetos criados para contribuir com a saúde no estado de Santa Catarina estão sendo apresentados no auditório da FAPESC, no bairro João Paulo, até sexta-feira (08.07).
Maiores informações podem ser obtidas com Fernanda Beduschi, através do telefone (48) 3215.1218 ou e-mail fernanda@fapesc.sc.gov.br
Por Joel Pereira, estagiário da Assessoria de Imprensa da FAPESC.