As primeiras coletas de solo no Oeste de Santa Catarina realizadas em agosto de 2011 constataram a existência da minhoca do gênero Urobenus, que é indicador de ecossistemas bem preservados (matas nativas) ou com densa camada de matéria orgânica superficial. Segundo o estudo, coordenado pelo professor Dilmar Baretta, do CEO – Centro de Educação Superior do Oeste – da Udesc, em Chapecó, esse gênero está povoando áreas sob plantio direto no Oeste Catarinense numa integração lavoura-pecuária.
A descoberta da existência dessa espécie e seus casulos feita pela pesquisa, que é financiada pelo CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – e pela Fapesc – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina – indica que esses sistemas, iguais às florestas da região, oferecem condições para a sobrevivência d minhoca do gênero Urubenus, que, provavelmente, migrou da mata para áreas agrícolas.
“A presença dessa espécie é importante, pois além de indicar altos teores de matéria orgânica no solo, sua atividade na superfície desses ecossistemas auxilia na incorporação da palhada ao solo e na aeração da camada superficial”, explica o professor Dilmar Baretta.
Com a continuidade do projeto do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade – Sisbiota Brasil – o professor do CEO espera confirmar o papel dessa e de outras espécies de minhocas como indicadores da qualidade do solo e a importância do manejo agrícola como ferramenta para a sustentabilidade dos ecossistemas avaliados.
Dilmar Baretta lembra que a espécie Urobenus, descrita pelo inglês William Benham, em 1867, é frequentemente encontrada em florestas da região e Sudeste do Brasil, e sua ausência em sistemas cultivados havia sido atribuída à movimentação do solo ou da ausência de uma densa e diversificada camada de serapilheira, necessária para a sobrevivência desse tipo de minhoca.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Udesc