O Brasil deverá chegar a 226 milhões de habitantes em 2050, e tanto a economia como a frota de veículos leves no País triplicarão. Essas estimativas constam do documento Cenário Sócio-econômico e Demanda de Energia, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 do Ministério de Minas e Energia (MME). O objetivo é levar os gestores a pensarem em novas formas de oferecer a energia necessária para atender a futura demanda.
Para o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura, teremos que fazer uma importante transição para garantir a energia elétrica necessária às próximas gerações: “Tudo indica que, conforme sinalizou o PNE, nós teremos que fazer a transição para a termoeletricidade, achando um caminho que combine três fontes: gás natural, carvão e nuclear. O potencial hidrelétrico brasileiro não tem condições de atender as demandas até 2050”,afirmou.
A política energética brasileira já prevê a diversificação de suas fontes energéticas, aproveitando as características regionais, explica Ventura, e isso terá que ser intensificado. “Nos próximos 10, 15 anos nós vamos construir as hidrelétricas na Amazônia, de maior porte; eólicas no Nordeste e um pouco no Sul, que tem potencial; vamos desenvolver biomassa do bagaço de cana em São Paulo; vai ter alguma coisa de carvão mineral no Sul; provavelmente vai ter gás no Sudeste e Sul por causa do pré-sal, fazendo uma matriz diversificada no País.”
O percentual de hidroenergia na matriz elétrica brasileira vai cair dos atuais 68% para 59%, apesar de subir em números absolutos – 86 GW hoje para 121 GW em 2023. Dos 77,2 GW programados para serem instalados entre 2013 e 2023, 45% são de hidrelétricas, 26% de eólicas, 9% vem da biomassa e 5% da fonte solar. Ou seja, 85% da expansão provém de fontes renováveis, mas, tendo como horizonte 2050, Ventura ressalta que isso não será suficiente. “Teremos que usar mais energia termelétrica [gás natural, nuclear e carvão].”
Ranking
O Brasil é o quarto País no mundo em produção de energia por fontes renováveis, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos, aponta o boletim “Ranking Mundial de Energia e Socioeconomia (anos 2011 /12 /13)”. A publicação é feita anualmente pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE) do Ministério de Minas e Energia (MME).
Na geração eólica, o País subiu cinco posições, passando de 20º em 2012, para 15º em 2013. Na produção de biogasolina (etanol), o Brasil se manteve na segunda posição em 2012, perdendo apenas para os Estados Unidos. O mesmo ocorreu na produção de biodiesel, com a manutenção da quarta posição, superado apenas pelos Estados Unidos, Alemanha e Argentina.
(Agência Gestão CT&I, com informações do MME)