Na semana passada, em Montevidéu, Uruguai, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, participou do Encontro Documental de Televisões Latino-Americanas e do Seminário Diálogo Brasil-Uruguai em Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura. No encontro, ressaltou o interesse do Brasil em usar o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) em projetos de pesquisa e desenvolvimento.
O fundo está em funcionamento desde 2007 e tem como objetivo contribuir para a redução das assimetrias entre os países do Mercosul e para o aprofundamento da integração regional. Até o momento foram aprovados 38 projetos, totalizando US$ 1,1 bilhão, dos quais US$ 824 milhões em recursos do Focem.
O fundo é redistributivo e inversamente proporcional ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada país do bloco. Dessa forma, como o Brasil tem a economia mais forte entre os parceiros do Mercosul, é o que recebe menos. Até 2015, o fundo contará com recursos – ainda não alocados para projetos – da ordem de US$ 385 milhões, dos quais US$ 48 milhões serão destinados a projetos do Brasil e US$ 140 milhões a projetos do Uruguai. No total, o Focem terá US$ 1 bilhão até 2016.
De acordo com Mercadante, o Brasil quer fazer parcerias com o Uruguai para expandir as redes de banda larga destinadas à transmissão de dados de estudos científicos e tecnológicos, tais como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), além de criar um centro binacional para produzir software livre (com a formação de recursos humanos) e um centro binacional de doenças tropicais.
Para Mercadante, o país vizinho é um parceiro estratégico para o Brasil, uma vez que o Uruguai participa do projeto Mercosul Digital, para a criação de protocolos e procedimentos para estimular o comércio digital na internet para pequenas e médias empresas. O Uruguai também já concluiu a inclusão digital de todas as escolas públicas e distribuiu um computador portátil para cada aluno.
“A estrada do futuro é a internet”, disse Mercadante. O ministro também sugeriu que o Mercosul aproveite a integração para estruturar a sua indústria de medicamentos. “Queremos uma integração, no futuro, em áreas mais estratégicas, como fármacos”.
Parceria
Ainda no Uruguai, Mercadante e a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, reuniram-se com o governo uruguaio para tratar sobre o desenvolvimento de um programa de trabalho bilateral nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e cultura, tendo em vista iniciativas também no âmbito do Mercosul.
A ideia é fomentar novos projetos de integração em áreas como inclusão digital, tecnologias da informação e das comunicações (TICs), desenvolvimento de software, saúde pública, biotecnologia e nanotecnologia, assim como aspectos institucionais relacionados a um programa de trabalho nessas áreas estratégicas.
Fonte: Agência Brasil