Governo do Estado ajuda a reabrir Laboratório de Ecotoxicologia

 

Fechado até o ano passado, o primeiro laboratório de Ecotoxicologia montado pelo governo de Santa Catarina comemora sua reativação, graças ao repasse de R$ 50 mil por parte da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).

A reabertura do Laboratório de Ecotoxicologia da Fatma vem permitindo o monitoramento das águas da Lagoa da Conceição, desde fevereiro. Até agora, não foi constatada nenhuma contaminação industrial na Lagoa, onde ligações clandestinas na rede de esgoto agravam a poluição já atestada em relatórios de balneabilidade. Enquanto os testes de balneabilidade detectam a presença de fezes na água, os ensaios ecotoxicológicos verificam a eventual contaminação química, causada principalmente por efluentes industriais.

“Conheço a importância dessas análises para a melhoria da qualidade das águas no Estado, por meio do controle da contaminação hídrica pelo despejo de efluentes industriais”, diz a bióloga Anne Leonor Vieira, que participou da fundação do laboratório de ecotoxicologia e da elaboração da Portaria da Fatma (Fundação do Meio Ambiente) que exige que toda atividade industrial licenciada pelo órgão apresente laudos de análises ecotoxicológicas.

“Só um organismo vivo pode comprovar os efeitos causados por substâncias químicas nos próprios organismos. São chamados indicadores biológicos de poluição. Em função da imensidão de substâncias químicas lançadas na água, a análise química é muito limitada, não permite a avaliação dos efeitos das substâncias sobre os seres vivos”, acrescenta Anne.

Por isso, as análises físico-químicas feitas pela Fatma sem interrupção ao longo dos anos não são suficientes para a avaliação ambiental em Santa Catarina.  Tampouco atendem a todas as exigências do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), no que se refere ao controle da contaminação dos recursos hídricos, geralmente respeitado em países desenvolvidos.

Histórico

Nas décadas de 80 e 90, cresceram as preocupações com a poluição das águas e seu uso indiscriminado pela indústria. Para acompanhar a tendência mediante atualização tecnológica, em 1997 a Fatma firmou acordo com a Alemanha, um dos países mais avançados em metodologias para gestão dos recursos hídricos.

A Agência Alemã de Cooperação Técnica GTZ ajudou a implantar laboratórios ecotoxicológicos no Brasil a partir de 1998.

Neste ano, viabilizou a compra de equipamentos de última geração para análises ecotoxicológicas, no valor aproximado de R$200 mil. Com eles, a Fatma passou a fazer centenas de bioensaios por ano.

“Santa Catarina foi referência nos ensaios ecotoxicológicos e estagnou enquanto outros estados evoluíram”, pondera Priscilla Aitelli, outra bióloga da Fatma. “Nós fomos o primeiro estado a estabelecer os limites de toxicidade para as diferentes atividades industriais através da  Portaria 017/2002”.

A Fundação publicou a Portaria 017/02 para exigir indústrias a monitorar a toxicidade de seus efluentes tratados. “Nós temos poucos laboratórios credenciados pela Fatma em Santa Catarina, então eles não atendem totalmente à demanda”, alerta Anne. Isso leva algumas indústrias a apresentar laudos falsos, segundo Haroldo Tavares Elias, Gerente de Pesquisa e Análise da Qualidade Ambiental da Fatma.

Este engenheiro agrônomo, com mestrado e doutorado em Biotecnologia pode dar detalhes sobre o trabalho da Fatma na área de Ecotoxicologia, o ramo da toxicologia que analisa os efeitos tóxicos causados por poluentes naturais ou sintéticos, sobre quaisquer constituintes dos ecossistemas pelo fone  (48) 32161761 ou e-mail haroldo_elias@fatma.sc.gov.br.

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