As pesquisas no campo da Química são fundamentais para a solução das grandes questões globais, como a demanda energética ou as mudanças climáticas. Delas estão surgindo materiais que permitem a exploração de novas formas de energia, com maior eficiência energética, reações que geram menor volume de efluentes, novos materiais que permitem maior eficiência em todos os setores industriais, além de outros benefícios.

 

“Sem o trabalho do químico – obviamente que também são necessários os conhecimentos dos outros campos da ciência –, a sociedade não teria as tecnologias ambientais e as energias renováveis que tem hoje”, destaca o cientista César Zucco, presidente da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

 

Ele cita como exemplo uma pesquisa inédita realizada nos Estados Unidos, a qual vai possibilitar a geração de combustíveis líquidos, parecidos com os derivados do petróleo, a partir do gás carbônico gerado em processos industriais. O estudo está na fase transição da pesquisa para a de desenvolvimento do produto.  Serão necessários mais alguns anos para que o projeto-piloto se transforme em processo de escala comercial.

 

Em linhas gerais, a ideia é aquecer o dióxido de carbono, o gás carbônico, com energia solar estocada em um reator (a temperaturas que podem chegar até 1300oC) para formar o monóxido de carbono, o CO, que é uma molécula muito energética, que pode combinar-se com outras possibilitando gerar uma variedade de combustíveis. A formação do CO, dessa forma, combinada com a produção de combustíveis líquidos, é um excelente processo de armazenamento de energia.

 

No Brasil, várias linhas de pesquisa estão sendo conduzidas na busca de soluções para as questões ambientais, como:

 

Reciclagem: Reações químicas controladas que permitem que matérias-primas sejam recuperadas para nova utilização.

 

Reciclagem energética: Reações químicas que geram energia a partir da combustão de alguns materiais (resíduos).

 

Painéis fotovoltaicos: Tornaram-se possíveis a partir do desenvolvimento de um polímero que transforma a luz do sol em energia elétrica.

 

Nanotecnologia: Novos materiais com maior eficiência.

 

A indústria química e o meio ambiente

 

A indústria química tem contribuído para a preservação do meio ambiente por meio da diminuição dos impactos ambientais e do aumento de eficiência em seus produtos e processos. No Brasil, as empresas associadas à Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), adotam o Programa de Atuação Responsável® como código de ética industrial. Pelo programa, estão previstas avaliações ambientais constantes e a prática da melhoria contínua. “A indústria química tem investido em busca de eficiência ambiental em seus processos e produtos“, afirma Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Abiquim. Os indicadores ambientais estão disponíveis em http://www.abiquim.org.br/atuacaoresponsavel/.

 

Ganhos ambientais da indústria química no Brasil, entre 2001 e 2009:

 

GERAÇÃO DE RESÍDUOS

2001            10,05 kg/tonelada de produto

2009            8,97

 

ÁGUA CAPTADA

2001            6,45 m3/tonelada de produto

2009            4,40

 

EFLUENTE LANÇADO

2001            6,29 m3/tonelada de produto

2009            2,52

 

RECICLO DE EFLUENTES

2001            3,7%

2009            34,1%

 

CONSUMO DE ENERGIA

2001            420kwh/tonelada de produto

2009            363

 

CONSUMO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL E CARVÃO

2001            52,51 kg/tonelada de produto

2009            21.19

 

INTENSIDADE DE EMISSÃO DE CO2 EQUIVALENTE

2001            580 kg/CO2e/tonelada de produto

2009            312

 

Sobre o AIQ: Realizado no Brasil pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ), pelo sistema Conselho Federal de Química/Conselhos Regionais de Química (CFQ e CRQs), e pelo Instituto de Química da USP, o Ano Internacional da Química (AIQ) tem como responsáveis pela coordenação internacional de suas atividades a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). As instituições e os órgãos públicos que apoiam a iniciativa são: Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério da Educação, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp). O AIQ conta com o patrocínio das empresas BASF, Bayer, Braskem, Clariant, Dow, Elekeiroz, Evonik, Innova, LANXESS, Oxiteno, Rhodia, Solvay, Unigel e White Martins. Mais informações no site oficial do evento em http://quimica2011.org.br.

Redes sociais – O AIQ no Brasil tem uma plataforma de redes sociais, que inclui um blog, perfil no twitter, página no facebook e canal no YouTube. O conteúdo é dirigido especialmente para o público jovem e tem a intenção de “traduzir” a Química para o dia a dia das pessoas. Blog AIQhttp://blog.quimica2011.org.br. Para curtir o AIQ no facebook e compartilhar informações sobre Química no cotidiano, acessehttp://www.facebook.com/AIQ2011. Siga o AIQ no twitter em: www.twitter.com/quimica2011

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Abaixo, entrevista do Prof. César Zucco, presidente da SBQ:

1. Quais as principais linhas de trabalho da pesquisa química no Brasil na área de preservação ambiental? Cite alguns exemplos, por favor.

 

A grande questão que está colocada para a Química preservacionista é: “o que faz mal para o meio ambiente faz mal para o homem”. Portanto, tudo o que agride a natureza deve ser eliminado. A Química vêm substituindo ou eliminando  processos poluidores do meio ambiente. Está fazendo isso em sintonia com o consumidor que, em geral, quer saber o grau de periculosidade e risco poluidor dos produtos adquiridos.

 

Exemplos: os avanços na produção de biocombustíveis, álcool e biodiesel, são processos inteiramente de acordo com a preservação ambiental, pois  têm origem renovável. A produção de sacolas com polímeros biodegradáveis, naturais, para substituir as sacolas derivadas da petroquímica; o desenvolvimento de processos usando subprodutos do biodiesel, como o glicerol, produzindo o prolipropileno; a produção de polietileno a partir do etanol (álcool comum). Esses  exemplos encontrados no dia a dia do brasileiro e chamam a atenção do mundo todo.

 

 

 

2. De que outras formas a Química contribui para a solução dos problemas ambientais da sociedade?

 

 

A p
reservação ambiental está diretamente assentada na sustentabilidade. As pesquisas e a formação em Química que devem buscar a sustentabilidade e visam a preservação do meio ambiente são enquadradas em “Química Verde”, que engloba praticamente todas as atividades produtivas da Química. Os protocolos da Química Verde são indispensáveis à busca da sustentabilidade dos processos químicos das tantas e  diferenciadas indústrias do setor.   

 

São protocolos da “Química Verde”: prevenção de formação de resíduos,  economia de átomos, seleção de reagentes menos perigosos, produtos mais seguros, solventes menos agressivos para métodos separativos seguros,  diminuição de energia em todos os processos químicos, matérias primas renováveis, diminuição de  derivados  desnecessários, catálise, síntese de produtos degradáveis e outros.